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Dilma defende renovação do futebol; Aécio diz que governo quis se apropriar da Copa

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A derrota da seleção brasileira por 7 a 1 para a Alemanha já contaminou a campanha presidencial.

A presidente Dilma Rousseff defendeu, em entrevista à rede de TV CNN, a "renovação" do futebol brasileiro, que deve, segundo ela, parar de ser apenas um exportador de jogadores para times estrangeiros.

Já o senador Aécio Neves, candidato à Presidência pelo PSDB, disse nesta quinta-feira (10) que o governo federal tentou se apropriar politicamente da Copa do Mundo.

Na entrevista à CNN, Dilma descartou que as arenas construídas para Copa do Mundo resultaram em gastos dispendiosos, mas disse crer que manter os jogadores nos torneios nacionais ajudará a encher os estádios.

"Quando eu falei antes que o futebol brasileiro deve ser renovado, o que eu quis dizer é que o Brasil não pode mais ser apenas exportador de jogadores. Exportar jogadores significa que estamos abrindo mão de nossa principal atração, que pode ajudar a lotar os estádios", disse.

"Até porque, qual é a maior atração que os estádios no Brasil podem oferecer? Deixar a torcida ver os craques. Há anos, muitos jogadores brasileiros têm ido jogar fora, então renovar o futebol no Brasil depende da iniciativa de um país que é tão apaixonado por futebol", continuou.

Para o tucano, a presidente Dilma Rousseff (PT) reagiu ao evento de acordo com o humor dos brasileiros em relação ao Mundial.

"Quando vieram as manifestações, ela não tinha nada a ver com Copa do Mundo. Quando a Copa dá certo, parecia até que era ela a artilheira da seleção. Acho que quem vai pagar o preço [da eliminação do Brasil] são aqueles que tentaram se apropriar de um evento que é de todos os brasileiros", disse Aécio, em Vila Velha (ES).

Questionada se o país vendido como a sede da Copa do Mundo é diferente do Brasil real –onde as pessoas estão nas ruas pedindo mais educação e infraestrutura– e se a derrota da seleção poderá impactar na avaliação da população às vésperas das eleições presidenciais, disse que "esse Brasil que estão descrevendo não tem nada a ver com o Brasil real".

Dilma disse não acreditar que o humor dos brasileiros ao final da Copa do Mundo pode impactar o humor nacional prolongadamente. Nessa mesma entrevista, cuja primeira parte foi transmitida na quarta-feira (9) pela CNN International, Dilma disse compartilhar da dor dos torcedores, mas tentou dissipar o pessimismo resultante da partida.

A candidata e os estrategistas de sua campanha tentam avaliar o impacto, na campanha eleitoral, do vexame em campo. E discutem como reagir a ele.

Para minimizar esse efeito negativo, Dilma e seus auxiliares buscaram, logo depois da derrota, fazer manifestações de apoio à equipe brasileira. "Não podemos ficar crucificando nossos jogadores", diz um assessor presidencial.

Além disso, a estratégia palaciana será seguir mostrando que a Copa, na visão do governo, foi, sim, um sucesso. O fracasso aventado pela oposição na logística da Copa não aconteceu. O evento ganhou apoio da população e dos torcedores estrangeiros.

DITADURA

Dilma falou longamente de seu tempo presa durante a ditadura militar, descreveu episódios de tortura que vivenciou enquanto estava em uma prisão em São Paulo, mas negou ter pretendido ser "uma espécie de Robin Hood". Foram poucas as vezes em que a presidente da República discorreu abertamente sobre o assunto, que costuma tratar apenas com pessoas mais próximas.

"É uma experiência em que você aprende que é necessário duas coisas: resistir e... e você percebe que só você mesmo pode te derrotar. Não que seja fácil suportar a tortura, não é, e você só suporta a tortura se você se enganar, deliberadamente, dizendo: mais um pouco eu suporto, mais outro pouco eu suporto, e assim você vai indo, e vai indo, e vai indo", relatou.

"O que faziam no Brasil com todo mundo que era preso: choque elétrico; uma coisa que se chamava pau-de-arara, que é difícil de explicar para você, que é uma forma de pendurar as pessoas pelos braços e pelas pernas; e muito choque elétrico. O pior era o choque elétrico. É a forma mais... é uma dor que anda", continuou.

Segundo Dilma, só foi possível superar a tortura não deixando ser "contaminada" pelo ódio contra quem a pratica. "Não pode se transformar numa motivação de sentimento, de visão de mundo, e da sua... eu diria assim, da sua ideologia, da sua cultura, da sua forma de ver o mundo."

POLÍCIA

Ao afirmar que a tortura foi "derrotada" no Brasil, a presidente foi questionada se pretende fazer algo a respeito da violência das polícias brasileiras. Dilma indicou, sem entrar em detalhes, que defende rever a Constituição, que diz que a responsabilidade pela segurança pública é exclusiva dos Estados.

As críticas à segurança pública devem pautar o debate eleitoral deste ano, uma vez que seu principal adversário, o senador Aécio Neves (PSDB-SP), tem nesse assunto uma de suas principais críticas à gestão petista. Para Dilma, entretanto, deve-se estimular maior "interação" entre as esferas de governo.

"Então tem de haver uma interação entre o Executivo federal e as polícias, e as polícias são dos Estados, porque na Constituição brasileira a atribuição da segurança pública é estadual. Eu acredito que nós teremos de rever isso, rever a Constituição. Por quê? Porque essa é uma questão que tem de envolver o Executivo federal, o estadual, a Justiça estadual e federal, porque também há uma quantidade imensa de prisioneiros em situações sub-humanas nos presídios."

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