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Em ônibus, argentino rodou 4.600 km pelo Brasil até final da Copa

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Fritz é argentino com nome alemão. Nasceu Frederico Guilherme Latzina, até que um bisavô de origem germânica passou a chamá-lo Fritz.

O nome acabou pegando. Ele esclarece que a influência alemã parou por aí. Nascido em Buenos Aires, torcedor do Boca Juniors, aos 48 anos, Fritz é um fiel seguidor da seleção de Lionel Messi.

Ao volante de um velho ônibus da Mercedes-Benz, fabricado em 1962, ele já percorreu 4.600 quilômetros em estradas brasileiras e argentinas desde o início da Copa.

"Na subida, o motorhome [trailer motorizado] não passa de 20 km/h. Levamos dez horas de São Paulo ao Rio, parando apenas uma hora para almoçar", disse Fritz, que estacionou seu veículo no sambódromo carioca na quinta-feira (9) à noite.

Por determinação da Prefeitura do Rio, centenas de veículos de passeios e veículos adaptados como motorhomes, todos com placa da Argentina, estão parados no Terreirão do Samba (área pública conhecida pela programação de shows populares) e na Marquês de Sapucaí, ambos situados no centro do Rio.

Muitos chegaram sem ingressos para a final e nem sequer cogitam comprá-los por causa do preço elevado. "Se a gente ganhar, não sei o que acontecerá. A seleção é nossa paixão, algo que mexe com os sentimentos", disse Fritz, enquanto bebia cerveja, alternada com cachaça.

ESTATÍSTICAS

A parcela de torcedores que surgiram nas estradas brasileiras confundiu estatísticas oficiais, baseadas na venda de tíquetes pelo site da Fifa.

"Não esperavam pela nossa presença", comentou Fritz, aos risos, que assistiu a todos os jogos em arenas Fifa Fan Fest ou em bares com TV.

Na véspera do primeiro jogo da Argentina, contra a Bósnia, no Maracanã, carros e ônibus com placas estrangeiras começaram a chegar e não havia lugar previsto como estacionamento.

"Parei o motorhome em um posto de gasolina na avenida Atlântica. Não conseguia nem acreditar que estava ali, de frente para o mar de Copacabana", lembrou Fritz, extasiado com o estacionamento improvisado.

Pretende gastar US$ 1 mil (R$ 2.200) em toda a viagem –metade com combustível, metade com alimentação.

Fritz saiu de Buenos Aires no dia 11 de junho, acompanhado por filho, irmão e dois amigos. Assistiu ao jogo de estreia do Mundial, entre Brasil e Croácia, em um posto de gasolina na beira da estrada, próximo a Foz do Iguaçu (PR).

Seguiu ao Rio, onde assistiu na Fan Fest ao jogo contra a Bósnia. Continuou na rota da seleção e foi a Minas.

Desistiu de ir a Porto Alegre para o terceiro jogo, contra a Nigéria. Aproveitou para visitar a irmã que mora em Atibaia (interior de SP). Assistiu aos dois jogos seguintes na Fan Fest paulistana.

Não foi a Brasília para poder conhecer as praias do Guarujá. "E encontrei muitos outros argentinos por lá."

De volta ao Rio, chorou copiosamente abraçado ao filho após a vitória nos pênaltis contra a Holanda.

"É inexplicável você se pôr a chorar por causa de 22 caras correndo atrás de uma bola. Assim como o amor, o futebol é algo sem explicação. É uma loucura", disse Fritz.

Ele foi produtor da Fuerza Bruta, grupo de teatro conceitual de Buenos Aires. Cansado da rotina no trabalho, resolveu mudar. Entregou a casa onde morava. Cancelou cartões de crédito. E foi morar no velho Mercedes, ano 1962, que comprou por US$ 36 mil (R$ 79 mil). "Aqui encontrei minha liberdade."

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