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Rio de Janeiro

Cambistas têm contato na CBF, diz polícia

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A Polícia Civil do Rio suspeita que a quadrilha de venda ilegal de ingressos para jogos da Copa contava com a ajuda de um funcionário da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para obter os bilhetes oferecidos como cortesia à federação pela Fifa.

As gravações telefônicas, feitas pela polícia com autorização judicial, mostram o franco-argelino Mohamadou Lamine Fofana, 57, apontado como o principal cambista da quadrilha, conversando com alguém da entidade.

Essa pessoa ainda não foi identificada, mas seria a responsável por passar os ingressos da CBF para serem vendidos pelos cambistas.

Alguns destes bilhetes desviados eram encaminhados para duas agências de turismo em Copacabana e lá negociados junto com pacotes de hospedagem e transporte.

Regras da Fifa para o torneio determinam que apenas a empresa suíça Match tem autorização para comercializar pacotes de hospedagem e ingressos para a Copa do Mundo.

As duas agências cariocas foram fechadas pela polícia do Rio, no último dia 12.

A CBF recebia 50 ingressos de cortesia por cada jogo da seleção no torneio.

Para a polícia e para o Ministério Público há a certeza de que alguém da entidade desviava os bilhetes revendidos pelos integrantes da quadrilha de cambistas.

A informação de participação de alguém da CBF fornecendo ingressos para a quadrilha consta da denúncia do Ministério Público do Rio.

"Isso é uma coisa que será apurada no decorrer do processo ou em novo inquérito", afirmou o promotor Marcos Kac, responsável pelo caso.

Para tirar essa dúvida, o promotor pediu a degravação de todas os três meses de grampos para saber se o nome dessa pessoa da CBF aparece em algum momento nas conversas telefônicas.

Durante os três meses de investigações da polícia, descobriu-se que a quadrilha vendia os ingressos de cortesia das federações.

As suspeitas recaem sobre bilhetes recebidos pela CBF e pelas federações da Argentina e da Espanha.

Além dos bilhetes de cortesia para as federações, a polícia suspeita de um empresário com acesso à Granja Comary, o centro de treinamentos da seleção brasileira.

Essa pessoa chegou a conversar com Lamine Fofana de dentro da concentração. Os policiais suspeitam de que ela seria o agente de um jogador da seleção.

De acordo com o delegado Fábio Barucke essa pessoa dizia nos telefonemas gravados pela polícia "ter acesso fácil à seleção brasileira".

Diana Brito/Folhapress
Material apreendido pela Polícia Civil
Material apreendido pela Polícia Civil

INVESTIGAÇÃO

Durante três meses, a polícia do Rio investigou a quadrilha de cambistas que negociou ingressos para a Copa do Mundo. O grupo planejava arrecadar R$ 200 milhões com o torneio.

Além de vender bilhetes de cortesia à federações, o grupo vendeu ingressos destinados a escolas públicas, como uma da Vila Kennedy, zona oeste do Rio, a idosos, deficientes físicos e operários de obras nos estádios.

Alguns dos bilhetes eram, segundo a polícia, obtidos por Lamine Fofana no hotel Copacabana Palace, "quartel-general" da Fifa, durante o Mundial.

Esses bilhetes, os de lugares VIPs nos estádios, seriam adquiridos com o presidente-executivo da Match, o britânico Raymond Whelan, 64, que está foragido.

Com todos esses ingressos em seu poder, Fofana distribuía para uma rede de cambistas no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Espírito Santo e Ceará.

OUTRO LADO

Procurada pela Folha para responder às denúncias, a CBF informou que "oficialmente não recebeu qualquer comunicação da Justiça" e que "desconhece o assunto".

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