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Invadida por torcedores no Mundial, Copacabana curte clima de despedida

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"Carona, carona! Preciso de carona!", anunciava o argentino Patricio Iurato, 28, para a fila de carros estacionados na orla de Copacabana manhã desta segunda (14).

Mas Iurato parecia ser o único com alguma pressa.

A Copa acabou, mas os turistas de Copacabana não pareciam querer largar o osso.

Sob o sol do brando inverno carioca, os campos de futebol na areia estavam todos ocupados. Debaixo dos coqueiros da praia, mães trocavam as fraldas de seus filhos e grupos de mochileiros conversavam, descontraídos.

Da arena Fan Fest, que recebeu 800 mil pessoas ao longo da Copa, sobrava apenas o esqueleto dos telões, mas a loja, que só será desmontada na quarta, registrou as maiores filas do período da Copa: o tempo de espera era de mais de uma hora.

A família uruguaia Godoy Ormazabal, que está hospedada no bairro vizinho de Ipanema, diz que o exercício de paciência vale a pena.

"Temos que levar uma lembrança desta viagem para os nossos amigos", conta o pai, Pablo, 57.

O artista plástico colombiano Mauricio Aguilar, 35, buscava um teto enquanto tentava vender suas pinturas no calçadão. Ele veio de carona da Argentina, onde passava uma temporada, e diz querer ficar "pelo menos umas semanas" no Rio.

"Os colombianos são loucos pelo Brasil. Sempre foi meu sonho conhecer esta cidade. E não me decepcionei. Olha só para isto!", dizia, apontando para o horizonte.

A praia mais famosa do mundo viveu um microcosmo do que foi o Mundial: previsões dantescas, reveladas pela parede de policiais que se postaram na orla dia e noite, o alívio de perceber que elas não se realizariam, a experiência de ser a esquina do mundo e, principalmente, a invasão dos hermanos.

'MELANCIA NA CABEÇA'

Nos primeiros dias da Copa, já se ouvia uma variedade enorme de línguas, mas as torcidas eram tímidas.

No jogo inaugural do Brasil contra a Croácia, a Fan Fest foi um lugar para ver e ser visto. O casal Ivone e Wilami, ambos de 56 anos, diziam explicitamente que estavam lá para sair na TV.

Eles usavam uma melancia como capacete. "Sabe aquela frase 'quer aparecer, bota uma melancia na cabeça?'. Então, cá estamos", dizia Ivone.

Mas ao longo dos dias, os caçadores de câmera foram sumindo, e a Babel carioca foi sendo dominada por aqueles que seriam os grandes protagonistas das areias de Copacabana: os turistas latino-americanos.

Na noite da final, estavam todos lá. Os argentinos se irritavam com os brasileiros que os provocavam, colombianos desfraldavam sua bandeira e os mexicanos, de sombrero, cantavam por sua seleção.

Os moradores do bairro têm reações extremas quando falam do que foi a Copa em Copacabana: "Foi uma maravilha receber esse povo todo, uma grande alegria. Eles fizeram uma festa aqui que só vendo!", diz o aposentado Rodrigo Picchenno, 73.

Mas emenda, logo em seguida: "Mas, pelo amor de Deus, eles têm que ir embora. Não posso mais ver um argentino pela frente!", diz ele.

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