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Análise: Caos na Pensilvânia
LUCAS MENDES
da BBC Brasil, em Nova York
Os números da senadora Hillary Clinton são péssimos, sangram o partido democrata na disputa com Barack Obama, embalam o senador republicano John McCain e engrossam as vozes pela saída de Hillary da campanha.
Mario Cuomo, o ex-governador de Nova York, voz influente no partido, propôs a fórmula do vice. Para demonstrar que o partido está unido, os dois candidatos anunciariam que quem terminasse em segundo aceitaria ser vice.
Parece sensato e até promissor, porque o vice terá boas chances de ser presidente daqui a oito anos. A proposta foi imediatamente rejeitada.
Isto não é morte definitiva. Nesta campanha já tivemos três ressurreições de Hillary: a primeira em New Hampshire, depois na Superterça de 5 de fevereiro e no 4 de março com as vitórias no Texas, Ohio e Rhode Island.
Ontem ficamos sabendo que, no fim das contas, ela perdeu no Texas em número de delegados, mas aquela noite salvou a senadora.
Os números das chances de Hillary Clinton são quase irreversíveis, mas a Pensilvânia pode oxigenar a campanha dela. Não serão suficientes para ganhar em delegados convencionais, mas para conquistar super delegados. O senador Barack Obama também não tem como vencer a eleição sem os votos dos super delegados.
Há uma teoria até agora conspiratória, mas que dia-a-dia ganha credibilidade, sustentada por números. Milhares de republicanos e independentes se registraram como democratas na Pensilvânia e outros estados.
Só numa semana, em março, 50.374 eleitores na Pensilvânia mudaram de partidos e se tornaram democratas.
Há meses, Rush Limbaugh, que tem o programa de rádio de maior audiência do país, um dos homens que mais odeia os Clintons, começou a campanha pela mudança de partido. Outros radialistas de direita se uniram no projeto.
Pedem várias vezes por dia nos seus programas que os republicanos e independentes se registrem como democratas e votem em Hillary porque acham que ela é a candidata que pode unir os republicanos e seria mais fácil derrotá-la em novembro do que Barack Obama.
Há outras evidências do plano. Na década de 90, Hillary Clinton falava na "vasta conspiração da direita" contra o marido. Se havia uma conspiração, jamais comprovada, um dos principais arquitetos teria sido o bilionário Richard Mellon Scaife, herdeiro da fortuna do banco Mellon.
Na sua fase mais agressiva contra os Clinton, ele deu 1,8 milhão de dólares para a revista "American Spectator" levantar os podres do casal em Arkansas.
Scaife dizia que Hillary Clinton mandou matar Vince Foster, um dos principais assessores do marido na Casa Branca. O caso foi fechado como suicídio.
Scaife é dono do segundo maior jornal da Pensilvânia e na semana passada convidou Hillary Clinton para uma reunião com ele e seus principais editores.
"Saí encantado", escreveu ele no dia seguinte. "A senadora tinha postura, finura e respostas na ponta da língua para os principais problemas do país".
Hillary e seus assessores levaram um choque, mas Scaife disse que ainda não é um endosso. Quer ouvir Obama e McCain antes de apoiar um dos candidatos.
Partidários de Hillary estão divididos se ela deve aceitar este tipo de endosso. Além da perseguição e das mentiras sobre o casal, o currículo de Scaife é farto de insultos e abusos de mulheres.
Quando a dele descobriu que estava sendo traída e saiu de casa, Scaife colocou um anúncio no jardim: "Mulher e cão sumidos. Recompensa pelo cão".
O verdadeiro objetivo da campanha não é conseguir a indicação de Hillary Clinton na convenção, mas promover o caos e a sangria do partido democrata. Quanto mais longa, brutal e caótica for a briga entre Clinton e Obama, melhor para os republicanos.
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Só assim pra se justificar esse Nobel a Obama, ou podemos ver como um estímulo preventivo a que não use da força bélica que lhe está disponível contra novos "Afeganistões" do mundo.
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