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23/07/2008 - 00h10

Karadzic vai lutar contra a extradição, diz advogado

da BBC Brasil

Um advogado que representa o ex-líder sérvio da Bósnia, Radovan Karadzic, disse nesta terça-feira que vai lutar contra a extradição de seu cliente para o Tribunal das Nações Unidas para Crimes de Guerra em Haia, na Holanda.

Karadzic, 63, é acusado de genocídio e crimes contra a humanidade ligados à guerra, na década de 90, que se seguiu à desintegração da Iugoslávia.

Ele foi interrogado por um juiz sérvio nesta terça-feira, que decidiu que Karadzic deve ser extraditado, mas seu advogado, Svetozar Vujacic, afirmou que vai apelar contra a decisão.

"Eu não acho que eles vão aceitar minha apelação mas eu quero atrapalhar os planos deles para extraditá-lo. Eu usarei a oportunidade (oferecida) pela lei para apelar no último dia possível, que é sexta-feira. Radovan está se sentido muito bem, ele está muito mais calmo do que eu, ele está bem de saúde", disse Vujacic.

De acordo com legislação sérvia sobre cooperação com o Tribunal de Haia, três obstáculos precisam ser superados antes que Karadzic seja enviado para a Holanda.

Um magistrado precisa concluir que todas as condições para a extradição foram cumpridas; o acusado deve ter garantida oportunidade para apelar contra a extradição e uma comissão especial tem que decidir sobre o recurso apresentado. O processo todo pode levar de três a nove dias.

Novas prisões?

O correspondente da BBC na capital sérvia, Belgrado, Nick Thorpe, disse que circulam muitos rumores na cidade de que os dois últimos homens na lista de procurados do tribunal --o ex-comandante militar de Karadzic, Ratko Mladic, e Goran Hadzic, um ex-político sérvio acusado de "limpeza étnica" na Croácia--, podem ser os próximos detidos.

Os Estados Unidos e a União Européia (UE) pediram à Sérvia para dar continuidade ao que foi feito com a detenção de Karadzic, prendendo Mladic o mais rápido possível.

O ministro do Exterior da Sérvia, Vuk Jeremic, disse que a prisão de Karadzic mostrou que seu país está firmemente comprometido com a sua integração à União Européia.

A prisão do ex-líder sérvio da Bósnia e de outros acusados de crimes de guerra é uma das principais condições para que a ambição européia da Sérvia avance.

Um novo governo pró-europeu assumiu o poder na Sérvia há cerca de duas semanas.

Agentes da inteligência sérvia estavam em busca de Ratko Mladic quando depararam com Karadzic, disse o escritório do promotor para crimes de guerra da Sérvia.

Mas o general Mladic tem fortes laços com o Exército da Sérvia e pode apresentar maior resistência à prisão do que Karadzic, disse Nick Thorpe.

Barba longa

Antes de sua prisão, Radovan Karadzic vivia em Belgrado, trabalhando com medicina alternativa e escrevendo artigos para uma revista de estilo de vida.

Ele se disfarçou com uma longa barba branca, bigode e óculos de lentes espessas, e até seus colegas de trabalho dizem que não o reconheceram.

Com o nome falso de Dragan David Dabic, Karadzic deu palestras em centros comunitários locais e criou um website fazendo propaganda de seus serviços médicos para tratamento de diabete, depressão e artrite.

Aparentemente, ele usava com regularidade o sistema de transporte público de Belgrado sem ser reconhecido, até que foi detido em um ônibus.

O ex-líder sérvio foi preso na segunda-feira. Ele foi indiciado no Tribunal de Haia em julho de 1995, acusado de autorizar a morte de civis durante o cerco de Sarajevo, que durou 43 meses.

Quatro meses depois, foi indiciado por genocídio pela morte de cerca de 8 mil homens e meninos muçulmanos, depois que as forças de Ratko Mladic tomaram uma área considerada segura pelas Nações Unidas, Srebrenica, no leste da Bósnia.

 

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