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Análise: Com indicação, McCain supera "tempestades" de última hora
JONATHAN BEALE
da BBC, em Saint Paul
Duas tempestades ameaçaram estragar a convenção nacional republicana deste ano. A primeira, o furacão Gustav, adiou o início dos procedimentos, mas não gerou o caos que muitos temiam. A segunda, cujo impacto é muito mais difícil de prever, foi a polêmica em torno da companheira de chapa do senador John McCain, a governadora do Alasca, Sarah Palin.
As questões surgiram na última sexta-feira (29), mas só ganharam corpo nesta semana. Quem era Sarah Palin? Como e por que foi escolhida? Quem a qualificou para concorrer como vice na chapa republicana, e onde exatamente fica Wasilla, Alasca?
A família sorridente da governadora --Trig, Track, Bristol, Piper e Willow-- acabou não se mostrando tão perfeita.
Cheiro de sangue
A filha adolescente de Palin, Bristol, estava grávida aos 17 anos. A campanha de McCain havia feito sua lição de casa ou se tratava de um tiro no escuro?
Alguns jornalistas sentiam cheiro de sangue. A caçada começou quando Palin pareceu ir para a lona nos primeiros dias da convenção. Tudo parecia se encaminhar para o desastre.
Entretanto, Palin acabou se tornando a queridinha da convenção. Talvez em parte por causa dos ataques da mídia. Mas sobretudo por seu discurso que acendeu os fiéis do partido.
Ela usou suas origens humildes, seu humor e seu salto agulha para dar virar o ataque contra a mídia e os democratas.
Estrelato súbito
Raramente um desconhecido político salta para tamanho estrelato tão subitamente --37 milhões de americanos assistiram ao seu discurso.
Apenas alguns milhões assistiram a Barack Obama em Denver. A verdade é que ainda há questões em torno de Sarah Palin. Haverá duros testes adiante. Mas ela conseguiu reenergizar a base republicana e angariou apoio para McCain.
Vale recordar que muitos conservadores ainda tinham fortes reservas em relação ao veterano da guerra do Vietnã antes de Sarah Palin ser escolhida.
Saint Paul, Minnesota, pode ter sido a reviravolta, a estrada de Damasco dos dois. Mas John McCain ainda tem muito a provar.
Sem McMesmice
Primeiro, ele precisou se distanciar de um impopular presidente Bush e contrariar os ataques democratas de que um governo de McCain seria uma McMesmice.
O fato de Bush não ter aparecido pessoalmente na convenção provavelmente ajudou. Assim como o foco em Palin.
John McCain também conseguiu transcender a base republicana. Os ataques contra seu rival, feitos por seus aliados, foram eficientes.
Mas houve pouquíssimo detalhamento em termos de políticas. Como um governo McCain se diferenciaria de oito anos de Bush?
Ao final, o discurso de McCain cumpriu todos os requisitos, sem botar fogo em nada. Ele nunca foi o orador mais inspirador --e de todo modo seria difícil competir com a oratória de Barack Obama.
Mas soltou alguns detalhes de sua política econômica. Seu principal tema: reconquistar a confiança do povo americano. No fundo o discurso não trouxe nenhuma surpresa.
É que McCain --autoproclamado um animal sem dono-- já havia surpreendido ao escolher sua vice. Uma decisão que balançou esta corrida presidencial.
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Só assim pra se justificar esse Nobel a Obama, ou podemos ver como um estímulo preventivo a que não use da força bélica que lhe está disponível contra novos "Afeganistões" do mundo.
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