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Conheça os grupos em conflito na Raposa/Serra do Sol
Edson Porto
enviado especial da BBC Brasil a Roraima
O conflito da Raposa Serra do Sol tem muitas faces. E, por vezes, muitas caras parecidas de lados opostos da disputa.
De longe, o confronto parece se dar apenas entre índios e grandes produtores de arroz, mas de perto se vê gente como Severina Brasil .
Ela nasceu na reserva, é descendente de índios e viveu boa parte da vida em uma de suas comunidades. Mas não se declara índia pura e portanto, para os registros da Funai, é uma não-índia.
Ela deixou a reserva há dois anos para um assentamento de terra do Incra. Depois de vários problemas --a plantação não vingou e sua casa foi queimada -, Severina teve que se mudar para a casa da filha em Boa Vista. Os traços indígenas estão na cara de todos da família.
Veja a seguir os principais personagens desse conflito:
Os índios do CIR
Apesar de não haver um levantamento independente, estima-se que a maior parte dos índios da reserva estejam vinculados a um movimento chamada Conselho Indígena de Roraima (CIR). Os índios ligados a esse movimento estão espalhados por toda a reserva e são os maiores defensores da demarcação contínua da terra. Eles argumentam, com o apoio de antropólogos, da Igreja Católica e de ONGs internacionais, que a terra da região pertence a eles por ancestralidade. Eles também afirmam que a área contínua é fundamental para manter sua forma de vida, evitar confrontos e preservar o meio ambiente. Para os críticos do CIR, o movimento é manipulado pela igreja e por organizações internacionais, que estariam usando os índios para preservar a região.
Os índios da Sodiur
A Sociedade de Defesa dos Indígenas Unidos do Norte de Roraima (Sodiur ) nasceu, segundo seus fundadores, de uma discordância com o CIR. A discórdia, que se prolonga até hoje, gira em torno do grau de integração com a comunidade não-índia e, principalmente, em relação à necessidade de uma reserva em área contínua. Os representantes da Sodiur defendem a demarcação com "ilhas" que permitam a permanência de não-índios na área. Eles também afirmam que o índio da região já mudou muito os seus hábitos e tradições e que a convivência com os não-índios dentro da reserva é mais positiva do que negativa. Para os críticos do grupo, eles são influenciados pelo governo do Estado e por arrozeiros e se beneficiam da relação com eles.
Quem teve que sair
Apesar da atenção dada aos grandes produtores, a maioria dos não-índios da Raposa era formada por agricultores de pequeno e médio porte que, na maioria dos casos, já deixou a reserva. Não existe um perfil desse produtor para além do tamanho das terras e benfeitorias que possuíam. Mas, segundo o relato dessas pessoas, a maioria nasceu na região e vários teriam ancestrais indígenas ou seriam casados com índios. Para serem considerados não-índios, conta mais a relação deles com a comunidade em que viviam do que sua origem étnica. As estimativas do número de agricultores (a maioria com famílias) que viviam na reserva gira em torno de 400. Segundo o Incra, desses 192 já pediram formalmente para ser assentados em outras áreas. Muitas famílias optaram apenas por deixar a região e não há registro de para onde foram. Para a Funai e o Incra, a grande maioria sabia que estava em terras indígenas e perdeu o direito constitucional de permanecer na região após a demarcação.
Os arrozeiros
Seis produtores de arroz que possuem em torno de 15 mil hectares dentro da reserva --cerca de 1% da área total-- estão no centro da disputa na Raposa. Eles são responsáveis, segundo o governo estadual, por 7% do PIB do Estado e um dos únicos grupos econômicos que vende seus produtos fora das fronteiras de Roraima. Do grupo, dois nomes são mais conhecidos. Nelson Itikawa é o representante da associação dos produtores. Diz que os não-índios chegaram e exploraram primeiro a área onde estão hoje as fazendas de arroz. Também defende que há espaço suficiente para todos. O personagem mais conhecido é o fazendeiro e político Paulo César Quartiero. Explosivo, faz ameaças contra os índios que querem tirá-lo da reserva e foi preso neste ano acusado de mandar seus funcionários atirarem em índios que estavam montando um acampamento em sua fazenda. Antropólogos afirmam que há registros de índios na região que datam de 7 mil anos e que é possível encontrar outras áreas no Estado para o plantio de arroz.
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A ambição por terras e o melhor negócio que existe, não precisa plantar nas terras é consegui-las, sendo esse o principal objetivos dos índios e dos fazendeiros, depois vem o negocio para quem trabalha é honesto e desenvolve a terra.
Para esse vai sobrar a oportunidade de arrendar essas terras, comprar essa terras de Índios e Fazendeiros e outros oportunistas e tirar o lucro que a terra pode propiciar.
Interessante ninguem fala que os sem terra daquela região que estão lá a mais de 20 anos estão produzindo, tantas toneladas de Arroz, de Soja de feijão, de milho.
Ninguem fala isso que os Índios tambem estão produzindo o mesmo nas terras que ganharão de presente da União, ninguem fala nada e todos querem as terras os objetivos são divernos!
O primeiro ojjetivo e os bons emprestimos do governo Federal com os Bancos Publicos, já estão por lá o BNDES, e a CEF.
Bem todos querem o principal o cerne sem precisarem trabalhar, depois da valorização vai vir o negocio e o dinheiro da vendo ou do Arrendamento e é claro vai ter uma lei que vai aprovar que os Índios possam vender parte das suas reservas que os assentados do MST, tambem possam vender e assim vai indo.
Apareceu esses dias na TV que assentados a mais de dois anos não conseguiam produzir nada e olhem que tem o MST por traz de tudo.
Muitos já venderam os lotes.
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