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03/03/2008 - 19h26

Garibaldi Alves defende diálogo para evitar conflito armado na América do Sul

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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), defendeu nesta segunda-feira uma solução baseada no diálogo para encerrar a crise diplomática entre Venezuela, Equador e Colômbia. O senador defendeu que o Brasil, por meio de seu corpo diplomático, esgote as possibilidades de negociação para evitar um conflito armado na América do Sul.

Garibaldi sugeriu, porém, a atuação da OEA (Organização dos Estados Americanos) para mediar o conflito.

"O Congresso deve acompanhar atentamente. Se for o caso, o problema deve ser ligado à OEA, confiando na intermediação e no espírito de pacificação dos países. Risco [de conflito] pode haver, mas acredito que esse risco vai ser contornado", afirmou.

A crise diplomática entre os três países dominou as discussões no Congresso brasileiro nesta segunda-feira. Vários parlamentares fizeram discursos na defesa do diálogo para evitar a eclosão de uma guerra no continente. O ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) chegou a afirmar que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, tem o objetivo de "desestabilizar o continente" ao reunir aparato bélico suficiente para provocar um incidente na América do Sul.

"Nós somos um continente pacífico. Que necessidade tem um país do nosso continente de armar-se dessa maneira? O objetivo, realmente não podemos dizer que ele não seja outro senão uma ameaça à estabilidade do nosso continente. A primeira reação da Venezuela, no incidente que acaba de haver na fronteira da Colômbia com o Equador, não é de negociar", afirmou.

Parlamentares da oposição defenderam uma postura neutra do governo brasileiro para ajudar a solucionar a crise. "Eu creio que a tentativa de encontrar uma solução negociada é responsável. Mas qualquer solidariedade ao presidente Chávez seria um desastre. Ele é um barril de pólvora em permanente ameaça de explosão", avaliou o vice-líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR).

Já o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que o Brasil deve exercer seu papel de liderança para evitar que a crise traga impactos maiores à região. "Eu acho que a mediação é necessária e tem que ser consentida. A atitude do Brasil de buscar a mediação, ao lado de outros países, é medida eficaz", disse.

Crise

A crise teve início depois do ataque militar colombiano em território equatoriano na madrugada do sábado, no qual morreu o porta-voz internacional e número dois das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Raúl Reyes. Chávez, que é aliado do presidente do Equador, Rafael Correa, se envolveu no conflito, ordenou o fechamento da embaixada em Bogotá --sem titular desde o final de novembro do ano passado-- e disse ainda ter enviado dez batalhões à fronteira com a Colômbia.

Correa, por sua vez, também anunciou a "expulsão imediata" do embaixador da Colômbia em Quito, Carlos Holguín, após a retirada de seu embaixador em Bogotá, Francisco Suéscum, e solicitou uma reunião urgente da OEA e da CAN (Comunidade Andina de Nações) para tratar do ataque colombiano ao território equatoriano.

 

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