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03/05/2007
-
18h10
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
O presidente e o relator da CPI do Apagão Aéreo da Câmara, Marcelo Castro (PMDB-PI) e Marco Maia (PT-SP), assumiram hoje os cargos com a promessa de promover investigações isentas sobre a crise aérea do país. Maia disse estar disposto a ouvir os atuais e ex-diretores da Infraero (estatal que administra os aeroportos) para esclarecer detalhes da crise aérea.
"Alguns diretores da Infraero devem ser convocados para explicar. Se for necessário, convocaremos também os do governo passado. Se os temas da Infraero tiverem conexão com a crise, serão investigados à exaustão", afirmou.
Em um tom mais ameno, Castro admitiu convocar ministros militares para esclarecer detalhes sobre a crise, mas reconheceu que vai defender a presença de ex-diretores da Infraero somente se ficar comprovado o envolvimento direto da empresa na crise.
"Se contratos superfaturados da Infraero tiverem conexões com o controle de vôo, isso vai aparecer e será investigado. Mas se tiver ligação com obras para a construção de sanitários em aeroportos, aí não vem ao caso", disse o presidente.
A oposição defende que a CPI inicie os trabalhos com a investigação sobre as ligações da Infraero com o governo, além da responsabilidade da estatal na crise. O relator da CPI, no entanto, afirmou ser favorável ao início das investigações pelo acidente com o Boeing da Gol que matou 154 pessoas no ano passado.
Chapa-branca
Integrantes da base aliada do governo, os dois parlamentares rebateram as acusações de que a CPI será chapa-branca pelo amplo predomínio de governistas na comissão. Das 24 vagas de titulares da CPI, 16 são de partidos da base aliada do governo.
O relator reconheceu que "dificilmente a CPI apresentará soluções para a crise aérea", mas disse acreditar que a comissão poderá ajudar na solução dos principais problemas do tráfego aéreo nacional.
Maia rebateu as críticas de que, como fiel aliado do Palácio do Planalto, poderá direcionar as investigações como relator.
"Não podemos pré-determinar que um deputado ao assumir a CPI terá um comportamento A, B ou C. Não será assim na Câmara. É subestimar a capacidade dos deputados afirmar que a CPI é chapa-branca ou que a CPI do Apagão já nasce apagada."
Bate-boca
A primeira reunião da CPI do Apagão foi marcada pela estréia de muitos deputados em investigações da Câmara e pelo bate-boca entre deputados do governo e da oposição. No total, nove titulares e 15 suplentes da CPI estão no primeiro mandato na Casa Legislativa. A maioria dos integrantes é pouco conhecida na Câmara, sem postos de comando dentro do partidos.
O deputado Silvio Costa (PMN-PE) trocou farpas com o líder da minoria, deputado Julio Redecker (PSDB-RS). Costa pediu retratação do deputado à Mesa Diretora da comissão depois que Redecker, ao citar um ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), disse que o governo havia fraudado a Constituição na tentativa de enterrar a CPI do Apagão.
O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), que foi sub-relator da CPI dos Correios, disse que os trabalhos da comissão "começaram mal" diante da nítida disputa entre governo e oposição.
"Foi um clima de provocação. A CPI tem que estar qualificada para iniciar os seus trabalhos", criticou.
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O presidente e o relator da CPI do Apagão Aéreo da Câmara, Marcelo Castro (PMDB-PI) e Marco Maia (PT-SP), assumiram hoje os cargos com a promessa de promover investigações isentas sobre a crise aérea do país. Maia disse estar disposto a ouvir os atuais e ex-diretores da Infraero (estatal que administra os aeroportos) para esclarecer detalhes da crise aérea.
"Alguns diretores da Infraero devem ser convocados para explicar. Se for necessário, convocaremos também os do governo passado. Se os temas da Infraero tiverem conexão com a crise, serão investigados à exaustão", afirmou.
Em um tom mais ameno, Castro admitiu convocar ministros militares para esclarecer detalhes sobre a crise, mas reconheceu que vai defender a presença de ex-diretores da Infraero somente se ficar comprovado o envolvimento direto da empresa na crise.
"Se contratos superfaturados da Infraero tiverem conexões com o controle de vôo, isso vai aparecer e será investigado. Mas se tiver ligação com obras para a construção de sanitários em aeroportos, aí não vem ao caso", disse o presidente.
A oposição defende que a CPI inicie os trabalhos com a investigação sobre as ligações da Infraero com o governo, além da responsabilidade da estatal na crise. O relator da CPI, no entanto, afirmou ser favorável ao início das investigações pelo acidente com o Boeing da Gol que matou 154 pessoas no ano passado.
Chapa-branca
Integrantes da base aliada do governo, os dois parlamentares rebateram as acusações de que a CPI será chapa-branca pelo amplo predomínio de governistas na comissão. Das 24 vagas de titulares da CPI, 16 são de partidos da base aliada do governo.
O relator reconheceu que "dificilmente a CPI apresentará soluções para a crise aérea", mas disse acreditar que a comissão poderá ajudar na solução dos principais problemas do tráfego aéreo nacional.
Maia rebateu as críticas de que, como fiel aliado do Palácio do Planalto, poderá direcionar as investigações como relator.
"Não podemos pré-determinar que um deputado ao assumir a CPI terá um comportamento A, B ou C. Não será assim na Câmara. É subestimar a capacidade dos deputados afirmar que a CPI é chapa-branca ou que a CPI do Apagão já nasce apagada."
Bate-boca
A primeira reunião da CPI do Apagão foi marcada pela estréia de muitos deputados em investigações da Câmara e pelo bate-boca entre deputados do governo e da oposição. No total, nove titulares e 15 suplentes da CPI estão no primeiro mandato na Casa Legislativa. A maioria dos integrantes é pouco conhecida na Câmara, sem postos de comando dentro do partidos.
O deputado Silvio Costa (PMN-PE) trocou farpas com o líder da minoria, deputado Julio Redecker (PSDB-RS). Costa pediu retratação do deputado à Mesa Diretora da comissão depois que Redecker, ao citar um ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), disse que o governo havia fraudado a Constituição na tentativa de enterrar a CPI do Apagão.
O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), que foi sub-relator da CPI dos Correios, disse que os trabalhos da comissão "começaram mal" diante da nítida disputa entre governo e oposição.
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