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08/12/2006
-
20h06
CLARICE SPITZ
da Folha Online
A cantora Britney Spears e o rapper Kevin Federline já não dividem mais o mesmo teto. Após dois anos de casamento, as "diferenças inconciliáveis" fizeram os dois optar pelo divórcio. No Brasil, a apresentadora Marília Gabriela e o ator Reynaldo Gianecchini anunciaram o rompimento após oito anos juntos.
O brasileiro também está se separando mais cedo. Do total de casais separados em 2005, 9,2% tinham até dois anos de casamento. Dez anos antes, casais que tinham completado as bodas de algodão representavam 5,2% das separações.
A taxa de separação para a população manteve-se estável tanto em 1995 quanto em 2005, com 0,9 separações por mil habitantes, mas a pesquisa constata que subiu o número de separações nos primeiros anos de união. Em 2005, o segundo ano de casamento é o que tem maior proporção de separações.
Os números fazem parte das Estatísticas do Registro Civil do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), feita com base nas estimativas de cartórios em todo o país.
Para Bernardo Jablonski, professor do Departamento de Psicologia sobre Família e Casamento da PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), são muitas as explicações para a antecipação "da crise dos sete anos", mas um dos principais fato é que homens e mulheres estão mais individualistas.
"Os casais parecem mais com cantores de rock que possuem um talento enorme, mas querem centenas de toalhas, fazem milhões de exigências, só sabem demandar", afirmou. "Tudo bem que dois anos não é o efeito Cicarelli [Daniela Cicarelli que se separou do jogador Ronaldo após três meses de casamento], mas se for para pensar que era o 'até que a morte os separe', deve ter presente que você não abriu ainda."
Ainda segundo a pesquisa, 15,4% dos casais que se separaram em 2005 tinham até três anos de casamento. Já em 95 a proporção era de 12,7%. Com mais anos de união, a proporção de divórcios é semelhante entre 1995 e 2005. Em 95, um quarto dos casamentos desfeitos tinham durado até cinco anos. Em 2005, correspondia a 27,1%.
Já as separações tendem a se inverter quanto maior o tempo de casamento. Enquanto em 95, 52% dos casais que se separaram tinham até dez anos de casamento. Em 2005, 49% dos casais que se separaram tinham até dez anos de casamento.
Mercado "bom" para homens
Para a professora Mirian Goldenberg, do Departamento de Antropologia Cultural do IFCS (Instituto de Filosofia e Ciências Sociais) da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), as separações mais cedo são reflexo da independência das mulheres. Para a pesquisadora, que lança na próxima semana o livro "Infiel - Notas de uma Antropóloga" (Record), o "mercado" de casamentos favorece os homens.
"Os homens no mercado de casamento têm muitas possibilidades. Podem casar até com 98 anos como o Oscar Niemeyer. O homem pode demorar porque a oferta de mulheres no mercado de casamento é muito grande, eles não precisam mudar porque vão sempre encontrar."
Segundo Goldenberg, mesmo com o mercado "pouco comprador", a mulher está mais inserida no trabalho, mais informada sobre o que pode ou não pode, e aceita menos o que costumava acatar.
"Tem um poder que as mulheres conquistaram na última década, as novelas e revistas estão mostrando, essa idéia de 'tô podendo' das funkeiras... apesar disso, ter um homem continua a ser um valor fundamental. A tendência é que as mulheres se separem cada vez mais, porque antes elas aceitavam qualquer coisa", afirma.
Segundo Jablonski, existem outros dois fatores a antecipar o fim das relações: os homens continuam pouco participativos nas tarefas domésticas e tanto homem quanto mulher vivem o "elogio da paixão desmesurada". "A paixão tem validade. Se a relação tem de persistir, isso tem que mudar para um sentimento mais companheiro, quando diminui a paixão, o casal acha que foi iludido."
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Brasileiro desiste de casamento mais cedo
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da Folha Online
A cantora Britney Spears e o rapper Kevin Federline já não dividem mais o mesmo teto. Após dois anos de casamento, as "diferenças inconciliáveis" fizeram os dois optar pelo divórcio. No Brasil, a apresentadora Marília Gabriela e o ator Reynaldo Gianecchini anunciaram o rompimento após oito anos juntos.
O brasileiro também está se separando mais cedo. Do total de casais separados em 2005, 9,2% tinham até dois anos de casamento. Dez anos antes, casais que tinham completado as bodas de algodão representavam 5,2% das separações.
Folha Imagem |
Marília Gabriela e Reynaldo Gianecchini se separaram recentemente, após oito anos |
Os números fazem parte das Estatísticas do Registro Civil do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), feita com base nas estimativas de cartórios em todo o país.
Para Bernardo Jablonski, professor do Departamento de Psicologia sobre Família e Casamento da PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), são muitas as explicações para a antecipação "da crise dos sete anos", mas um dos principais fato é que homens e mulheres estão mais individualistas.
"Os casais parecem mais com cantores de rock que possuem um talento enorme, mas querem centenas de toalhas, fazem milhões de exigências, só sabem demandar", afirmou. "Tudo bem que dois anos não é o efeito Cicarelli [Daniela Cicarelli que se separou do jogador Ronaldo após três meses de casamento], mas se for para pensar que era o 'até que a morte os separe', deve ter presente que você não abriu ainda."
Ainda segundo a pesquisa, 15,4% dos casais que se separaram em 2005 tinham até três anos de casamento. Já em 95 a proporção era de 12,7%. Com mais anos de união, a proporção de divórcios é semelhante entre 1995 e 2005. Em 95, um quarto dos casamentos desfeitos tinham durado até cinco anos. Em 2005, correspondia a 27,1%.
Já as separações tendem a se inverter quanto maior o tempo de casamento. Enquanto em 95, 52% dos casais que se separaram tinham até dez anos de casamento. Em 2005, 49% dos casais que se separaram tinham até dez anos de casamento.
Mercado "bom" para homens
Para a professora Mirian Goldenberg, do Departamento de Antropologia Cultural do IFCS (Instituto de Filosofia e Ciências Sociais) da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), as separações mais cedo são reflexo da independência das mulheres. Para a pesquisadora, que lança na próxima semana o livro "Infiel - Notas de uma Antropóloga" (Record), o "mercado" de casamentos favorece os homens.
"Os homens no mercado de casamento têm muitas possibilidades. Podem casar até com 98 anos como o Oscar Niemeyer. O homem pode demorar porque a oferta de mulheres no mercado de casamento é muito grande, eles não precisam mudar porque vão sempre encontrar."
Segundo Goldenberg, mesmo com o mercado "pouco comprador", a mulher está mais inserida no trabalho, mais informada sobre o que pode ou não pode, e aceita menos o que costumava acatar.
"Tem um poder que as mulheres conquistaram na última década, as novelas e revistas estão mostrando, essa idéia de 'tô podendo' das funkeiras... apesar disso, ter um homem continua a ser um valor fundamental. A tendência é que as mulheres se separem cada vez mais, porque antes elas aceitavam qualquer coisa", afirma.
Segundo Jablonski, existem outros dois fatores a antecipar o fim das relações: os homens continuam pouco participativos nas tarefas domésticas e tanto homem quanto mulher vivem o "elogio da paixão desmesurada". "A paixão tem validade. Se a relação tem de persistir, isso tem que mudar para um sentimento mais companheiro, quando diminui a paixão, o casal acha que foi iludido."
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