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30/03/2007 - 19h24

Após ameaça de demissão, controladores de vôo iniciam greve em Brasília

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ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília
LEILA SUWWAN
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Os controladores do Cindacta-1 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo), com sede em Brasília, iniciaram nesta sexta-feira a paralisação que havia sido prometida em manifesto do sindicato da categoria divulgado hoje.

O manifesto continha apenas ameaças, mas os controladores decidiram iniciar a paralisação depois de uma reunião com o comandante do Cindacta-1. Ele disse aos controladores que se fosse caracterizado um motim, as punições previstas seriam aplicadas.

Os controladores ouvidos pela reportagem afirmaram que só retornarão ao trabalho após conversarem com alguém do alto escalão do governo federal e que fale pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além disso, eles querem agendar uma reunião com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

Embora temam retaliações por parte do Comando da Aeronáutica, eles afirmaram que estão decididos a encontrar uma solução para a atual situação.

"Ou vai ou racha. Vamos até o final agora", disse um dos controladores ouvidos pela reportagem.

Entre as reclamações dos controladores estão a falta de confiança em relação aos equipamentos de controle de vôo, a estrutura militar e também a recente mudança na escala de trabalho. Querem também participar da discussão sobre uma eventual reestruturação da carreira. No entanto, evitam culpar o Comando da Aeronáutica sobre a atual situação.

"Não estamos culpando ninguém, mas até agora muito se falou e pouco se fez", disse um dos controladores ouvidos pela reportagem.

Paralisação

A intenção dos controladores é parar aos poucos. Desde as 17h, o espaçamento entre os vôos vem aumentando e às 18h40 o Cindacta-1 monitora apenas os vôos que já estavam no ar. Nenhuma nova decolagem está sendo autorizada. As exceções são para ambulâncias aéreas, emergências ou vôos de autoridades federais. O objetivo é, em algumas horas, paralisar todo o espaço aéreo nacional. Os controladores reivindicam gratificação salarial e garantias para o andamento do processo de desmilitarização do setor.

Além de Brasília, os controladores de Manaus, Salvador e Rio de Janeiro também estão se mobilizando e iniciaram uma greve de fome. O pessoal de Curitiba e Recife também deve aderir ao movimento.

A Aeronáutica foi procurada pela reportagem, mas não comentou a reunião entre controladores e o comandante do Cindacta-1. Sobre os atrasos, a FAB alegou que eles são causados ao intenso tráfego no terminal de Brasília.

Defesa

Em resposta ao manifesto, o ministro Waldir Pires (Defesa) sinalizou, antes do início da paralisação, que o governo prepara medidas para desmilitarizar o controle do tráfego aéreo brasileiro. Ao mesmo tempo, o ministro exigiu disciplina militar dos controladores.

"Espero que todos os controladores militares, enquanto sejam controladores militares, estejam atentos às suas responsabilidades", disse Pires, que considera as "aspirações" de que o controle aéreo seja civil "legítimas".

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