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04/04/2007
-
10h48
da Folha Online
O governo federal espera que o feriado prolongado de Páscoa seja tranqüilo nos aeroportos, após o motim dos controladores de tráfego aéreo --ocorrido na sexta-feira (30)-- e o recuo do governo federal nas negociações com a categoria. O governo deverá retomar as conversas com a categoria após a Semana Santa, caso não ocorram novos problemas no controle do tráfego aéreo.
Na última sexta-feira (30), o motim dos controladores começou no Cindacta-1 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo), em Brasília, e atingiu outras regiões do país. Na ocasião, os amotinados não foram presos --como prevê o regimento militar--, mas, agora, o governo ameaça endurecer a negociação e diz que os profissionais que voltarem a cruzar os braços poderão ser detidos.
Em meio ao motim, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo --designado para negociar com os controladores--, chegou a anunciar um acordo com os amotinados, que causou mal-estar entre os militares. Oficiais deixaram os Cindactas e o controle chegou a ficar nas mãos dos sargentos.
Com o recuo do acordo e a carta-branca para prisões, Lula agradou os militares, em especial o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, que passa a liderar os diálogos; e enfraqueceu Bernardo e seu colega, o ministro da Defesa, Waldir Pires.
Com o anúncio da nova postura, Bernardo deu razão ao governo e disse que ele não pode negociar "com a faca no pescoço".
Em reunião com congressistas que integram o consórcio governista, Lula chegou a dizer que os controladores o "apunhalaram pelas costas", informa o "Blog do Josias".
Páscoa
Embora estejam insatisfeitos, os representantes dos controladores de tráfego aéreo dizem estar comprometidos com a normalidade no feriado de Páscoa. Na terça-feira (3), após uma reunião com o ministro do Planejamento, Ulisses Fontenele, representante da associação de controladores da área militar, afirmou que "não houve negociação", mas que a categoria irá "esperar o ministro ligar para conversar novamente".
De acordo com Fontenele, Bernardo iniciou a reunião com reclamações sobre o clima de ameaça dos controladores. As ameaças seriam referência ao fato de os controladores civis terem decretado estado de greve na noite de segunda-feira (2) e o advogado da associação que representa os militares ter indicado que a categoria poderia parar novamente, caso o governo não cumpra a parte no acordo.
Na segunda-feira (2), em nota, a ABCTA (Associação Brasileira dos Controladores de Tráfego Aéreo) disse que o advogado falou em um "momento de nervosismo" e que "não há intenções de paralisações para a Semana Santa".
Acordo
O teor do acordo que pôs fim à greve dos controladores, distribuído à imprensa pelo Palácio do Planalto, diz o seguinte sobre a não-punição aos controladores envolvidos na paralisação: "O governo federal vai fazer revisão dos atos disciplinares militares, tais como transferências, afastamentos e outros, envolvendo representantes de associações de controladores de tráfego aéreo ocorridos nos últimos seis meses, assim como assegura que não serão praticadas punições em decorrência da manifestação ocorrida no dia de hoje (30)."
Na terça-feira, porém, após a mudança na postura do governo federal, Bernardo negou que tenha feito um acordo com o movimento para a não-punição dos envolvidos. "Então ele não sabe ler o que escreveu", afirmou Fontenele.
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O governo federal espera que o feriado prolongado de Páscoa seja tranqüilo nos aeroportos, após o motim dos controladores de tráfego aéreo --ocorrido na sexta-feira (30)-- e o recuo do governo federal nas negociações com a categoria. O governo deverá retomar as conversas com a categoria após a Semana Santa, caso não ocorram novos problemas no controle do tráfego aéreo.
Na última sexta-feira (30), o motim dos controladores começou no Cindacta-1 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo), em Brasília, e atingiu outras regiões do país. Na ocasião, os amotinados não foram presos --como prevê o regimento militar--, mas, agora, o governo ameaça endurecer a negociação e diz que os profissionais que voltarem a cruzar os braços poderão ser detidos.
Em meio ao motim, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo --designado para negociar com os controladores--, chegou a anunciar um acordo com os amotinados, que causou mal-estar entre os militares. Oficiais deixaram os Cindactas e o controle chegou a ficar nas mãos dos sargentos.
Com o recuo do acordo e a carta-branca para prisões, Lula agradou os militares, em especial o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, que passa a liderar os diálogos; e enfraqueceu Bernardo e seu colega, o ministro da Defesa, Waldir Pires.
Com o anúncio da nova postura, Bernardo deu razão ao governo e disse que ele não pode negociar "com a faca no pescoço".
Em reunião com congressistas que integram o consórcio governista, Lula chegou a dizer que os controladores o "apunhalaram pelas costas", informa o "Blog do Josias".
Páscoa
Embora estejam insatisfeitos, os representantes dos controladores de tráfego aéreo dizem estar comprometidos com a normalidade no feriado de Páscoa. Na terça-feira (3), após uma reunião com o ministro do Planejamento, Ulisses Fontenele, representante da associação de controladores da área militar, afirmou que "não houve negociação", mas que a categoria irá "esperar o ministro ligar para conversar novamente".
De acordo com Fontenele, Bernardo iniciou a reunião com reclamações sobre o clima de ameaça dos controladores. As ameaças seriam referência ao fato de os controladores civis terem decretado estado de greve na noite de segunda-feira (2) e o advogado da associação que representa os militares ter indicado que a categoria poderia parar novamente, caso o governo não cumpra a parte no acordo.
Na segunda-feira (2), em nota, a ABCTA (Associação Brasileira dos Controladores de Tráfego Aéreo) disse que o advogado falou em um "momento de nervosismo" e que "não há intenções de paralisações para a Semana Santa".
Acordo
O teor do acordo que pôs fim à greve dos controladores, distribuído à imprensa pelo Palácio do Planalto, diz o seguinte sobre a não-punição aos controladores envolvidos na paralisação: "O governo federal vai fazer revisão dos atos disciplinares militares, tais como transferências, afastamentos e outros, envolvendo representantes de associações de controladores de tráfego aéreo ocorridos nos últimos seis meses, assim como assegura que não serão praticadas punições em decorrência da manifestação ocorrida no dia de hoje (30)."
Na terça-feira, porém, após a mudança na postura do governo federal, Bernardo negou que tenha feito um acordo com o movimento para a não-punição dos envolvidos. "Então ele não sabe ler o que escreveu", afirmou Fontenele.
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