Presidente da TAM diz que decisão de voar sem reverso será da empresa

O Presidente da TAM, Marco Antonio Bologna, disse hoje em depoimento à CPI do Apagão Aéreo no Senado que a decisão de voar ou não sem um dos reversos será tomada daqui para frente pela vice-presidência técnica da empresa, juntamente com a Airbus. Atualmente, a decisão é tomada pela área de manutenção.

No entanto, Bologna reiterou que o Airbus-A320 que sofreu acidente em São Paulo poderia pousar em Congonhas mesmo estando com um dos reversos travado. "Naquelas condições, ele poderia pousar até sem os dois reversos", afirmou.

O executivo ressaltou que a empresa está com a manutenção de suas aeronaves em dia. Segundo ele, a TAM tem 1.740 funcionários na área e gasta cerca de US$ 600 por hora de vôo com a manutenção das aeronaves. No ano passado, foram gastos US$ 25 milhões em manutenção.

Câmara

Hoje pela manhã, em depoimento à CPI do Apagão na Câmara, Bologna rebateu as acusações de deputados que questionaram o fato de a TAM não cumprir uma resolução da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) editada em janeiro. O documento recomenda a utilização da força máxima do reverso da turbina para pousos em pistas molhadas.

Bologna admitiu que o Airbus-A320 da TAM que se acidentou em Congonhas estava com um dos reversos travado, "mas isso tem que ser lido em seu todo. Não é essa comunicação que vai para dentro de bordo. Dentro de bordo, o manual é a bíblia", disse o executivo.

O vice-presidente de operações da TAM, Ruy Amparo, explicou que as aeronaves possuem um manual que reúne todas as orientações necessárias sobre a segurança de vôo. Segundo Amparo, a resolução da Anac não se sobrepõe a esse manual.

Com a divulgação da resolução da Anac, o relator da CPI do Apagão na Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), quer investigar se a TAM descumpriu orientação da agência reguladora. Maia pediu que a assessoria técnica da CPI apure se a empresa aérea é obrigada a cumprir a resolução.

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