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Polícia ouve depoimento de militares envolvidos na morte de jovens no Rio
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da Folha Online
O delegado Ricardo Dominguez, titular da 4ª Delegacia de Polícia (Praça da República), região central do Rio, ouviu nesta terça-feira o depoimento dos militares presos sob suspeita na participação da morte de três jovens do morro da Providência, também no centro.
Oito militares, dos 11 suspeitos, foram ouvidos pelo delegado --todos soldados-- no quartel onde estão detidos. Ontem (16), prestaram depoimento outro soldado do batalhão de guarda do morro, um sargento e o tenente identificado como Vinícius Ghidetti Andrade de Moraes, que confessou ter comandado a entrega dos rapazes a traficantes do morro da Mineira.
A favela da Mineira é controlada pela facção criminosa ADA (Amigos dos Amigos), rival do CV (Comando Vermelho), que controla o morro da Providência. Os três rapazes entregues aos traficantes foram mortos e seus corpos jogados em um aterro sanitário.
Segundo a apuração da Polícia Civil, os rapazes foram detidos pelos homens e levados ao superior do tenente, que mandou que eles fossem liberados. O tenente teria desobedecido o superior e entregado os três aos traficantes rivais. A polícia ainda procura dois jovens que teriam conseguido escapar dos militares.
O delegado disse ontem que o tenente não gostou da decisão de seu superior de liberar os jovens, que foram levados à presença dele por suposto desacato aos militares. "O oficial superior não quis registrar a queixa e punir os jovens, mas o tenente não acatou e decidiu, por conta própria, cometer o crime e deixar os jovens na mão dos traficantes no morro da Mineira", afirmou ontem o delegado.
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, assim como o comandante do Exército, Enzo Peri, estão no Rio para acompanhar de perto as investigações sobre a ação dos militares.
Hoje pela manhã, Peri e o chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Leste, general Mário Matheus de Paula Madureira, se reuniram com as famílias dos jovens mortos e pediram desculpas às mães dos rapazes.
O Exército ocupa o morro da Providência para acompanhar a execução do projeto Cimento Social, que é de sua responsabilidade. As obras são realizadas em esquema de mutirão pelos moradores da favela e são monitoradas pelo Exército, responsável também pela segurança do projeto.
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