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25/11/2002
-
15h40
da Folha Online
O estudante Gustavo de Macedo Pereira Napolitano, 22, acusado de assassinar a avó e a empregada da família a facadas consumiu 26 papelotes de cocaína -o equivalente a 26 gramas, segundo a polícia-, na madrugada do crime. Os assassinatos ocorreram neste domingo, no bairro Planalto Paulista, região de classe média alta da zona sul de São Paulo.
A quantidade de droga ingerida é considerada "excessiva". Os males causados variam de pessoa para pessoa, dependendo dos resíduos acumulados no organismo do usuário. Segundo a polícia, no entanto, uma overdose pode ocorrer com oito gramas da cocaína.
O estudante confessou ser autor das duas mortes que, de acordo com a polícia, foram motivadas pelo uso "exagerado" da droga.
Os assassinatos ocorreram entre a madrugada e a manhã de domingo. Os corpos foram encontrados pela mãe do acusado, que não havia dormido em casa. Ela retornava de uma viagem, segundo a polícia.
Napolitano disse, de acordo com a Polícia Civil, que também mataria a mãe se ela estivesse em casa.
O acusado foi detido na rua, nas proximidades da casa, pela Polícia Militar. Disse que o crime havia sido praticado por traficantes, por vingança. Falou que tinha trocado um aparelho de som por papelotes de cocaína, mas o equipamento não funcionou, revoltando os criminosos.
Ele acusado sustentou a versão até a polícia argumentar alguns indícios contra ele. Não havia sinais de arrombamento na casa, seu pés estavam manchados com sangue e seu corpo apresentava arranhões, provavelmente em uma reação da empregada.
Napolitano frequentava academia de ginástica e praticava jiu-jitsu. Abandonou o curso de direito há aproximadamente dois meses.
Segundo a polícia, o rapaz é usuário de drogas há seis anos e já esteve internado para tratamento. Atualmente, tomava antidepressivo e ansiolítico.
O acusado de fornecer a droga, Adriano Campelo da Silva, 25, também foi preso e responderá por tráfico. Napolitano responderá por duplo homicídio qualificado e tráfico de drogas (por causa da grande quantidade de cocaína que havia adquirido).
O advogado Eduardo Cesar Leite, que defende o acusado, admite que o rapaz "tem alguns problemas", ainda está "completamente perturbado" e precisa de tratamento.
Leite disse que a mãe do rapaz está "incomunicável". "Tenho a informação de que ela está sendo acompanhada por um médico", disse.
Como foi
Na madrugada deste domingo, Napolitano esteve na favela da rua Mauro, Jabaquara, também zona sul, para trocar um aparelho de som e uma TV por seis papelotes de cocaína (cada papelote tem um grama da droga).
Retornou para casa e saiu novamente, levando seu carro, um Gol, para trocar por outros 55 papelotes de cocaína na mesma favela.
De acordo com a polícia, após adquirir a droga, ele voltou para casa e matou a avó, Vera Kuhn de Macedo Pereira, 73, com uma facada na garganta, por volta da 1h30. Depois, virou o corpo e deu outros golpes. Uma espada com marcas de sangue foi encontrada ao lado da cama da avó, mas a polícia afirma que apenas a faca foi utilizada no crime. Vera se locomovia apenas com ajuda de uma cadeira de rodas.
O estudante permaneceu na casa e, por volta das 7h, esfaqueou também a empregada, Cleide Ferreira da Silva, 20, que entrava para servir o café-da-manhã.
Segundo a polícia, Cleide, que estava há quatro meses no emprego, foi morta na cozinha, e seu corpo, arrastado até um banheiro da casa.
Por volta das 10h, o rapaz voltou à favela e tentou trocar outro carro da família, um Vectra (com a cadeira de rodas da avó no porta malas), mas o traficante não teria concordado. Segundo o delegado Francisco, o alto consumo de cocaína, que deixou Napolitano cambaleante, teria motivado o traficante a não concordar com a nova troca.
Novamente em sua residência, Napolitano recebeu um telefonema de sua mãe, Vera de Macedo Pereira, com quem conversou, mas não falou do crime. Foi Vera quem encontrou os dois corpos, ao chegar de uma viagem.
Ainda em crise de abstinência, Napolitano tem chorado muito na delegacia.
Medida de segurança
O delegado Olavo Reino Francisco, da Delegacia Seccional Sul, afirma que deveria ser aplicada "medida de segurança" no caso do estudante.
Segundo o delegado, o acusado tem um "distúrbio de personalidade" e pode voltar a praticar outros crimes.
Pela "medida de segurança", o acusado fica em tratamento durante o período em que cumpre pena.
Veja também:
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Leia mais:
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Estudante teria usado 26 gramas de cocaína durante assassinatos
Jovem é preso sob acusação de matar a avó e a empregada em SP
Estudante teria usado 26 gramas de cocaína durante assassinatos
LÍVIA MARRAda Folha Online
O estudante Gustavo de Macedo Pereira Napolitano, 22, acusado de assassinar a avó e a empregada da família a facadas consumiu 26 papelotes de cocaína -o equivalente a 26 gramas, segundo a polícia-, na madrugada do crime. Os assassinatos ocorreram neste domingo, no bairro Planalto Paulista, região de classe média alta da zona sul de São Paulo.
A quantidade de droga ingerida é considerada "excessiva". Os males causados variam de pessoa para pessoa, dependendo dos resíduos acumulados no organismo do usuário. Segundo a polícia, no entanto, uma overdose pode ocorrer com oito gramas da cocaína.
G. Marques/ Folha Imagem Acusado chora na delegacia |
Os assassinatos ocorreram entre a madrugada e a manhã de domingo. Os corpos foram encontrados pela mãe do acusado, que não havia dormido em casa. Ela retornava de uma viagem, segundo a polícia.
Napolitano disse, de acordo com a Polícia Civil, que também mataria a mãe se ela estivesse em casa.
O acusado foi detido na rua, nas proximidades da casa, pela Polícia Militar. Disse que o crime havia sido praticado por traficantes, por vingança. Falou que tinha trocado um aparelho de som por papelotes de cocaína, mas o equipamento não funcionou, revoltando os criminosos.
Ele acusado sustentou a versão até a polícia argumentar alguns indícios contra ele. Não havia sinais de arrombamento na casa, seu pés estavam manchados com sangue e seu corpo apresentava arranhões, provavelmente em uma reação da empregada.
Napolitano frequentava academia de ginástica e praticava jiu-jitsu. Abandonou o curso de direito há aproximadamente dois meses.
Segundo a polícia, o rapaz é usuário de drogas há seis anos e já esteve internado para tratamento. Atualmente, tomava antidepressivo e ansiolítico.
O acusado de fornecer a droga, Adriano Campelo da Silva, 25, também foi preso e responderá por tráfico. Napolitano responderá por duplo homicídio qualificado e tráfico de drogas (por causa da grande quantidade de cocaína que havia adquirido).
O advogado Eduardo Cesar Leite, que defende o acusado, admite que o rapaz "tem alguns problemas", ainda está "completamente perturbado" e precisa de tratamento.
Leite disse que a mãe do rapaz está "incomunicável". "Tenho a informação de que ela está sendo acompanhada por um médico", disse.
Como foi
Na madrugada deste domingo, Napolitano esteve na favela da rua Mauro, Jabaquara, também zona sul, para trocar um aparelho de som e uma TV por seis papelotes de cocaína (cada papelote tem um grama da droga).
Retornou para casa e saiu novamente, levando seu carro, um Gol, para trocar por outros 55 papelotes de cocaína na mesma favela.
De acordo com a polícia, após adquirir a droga, ele voltou para casa e matou a avó, Vera Kuhn de Macedo Pereira, 73, com uma facada na garganta, por volta da 1h30. Depois, virou o corpo e deu outros golpes. Uma espada com marcas de sangue foi encontrada ao lado da cama da avó, mas a polícia afirma que apenas a faca foi utilizada no crime. Vera se locomovia apenas com ajuda de uma cadeira de rodas.
O estudante permaneceu na casa e, por volta das 7h, esfaqueou também a empregada, Cleide Ferreira da Silva, 20, que entrava para servir o café-da-manhã.
Segundo a polícia, Cleide, que estava há quatro meses no emprego, foi morta na cozinha, e seu corpo, arrastado até um banheiro da casa.
Por volta das 10h, o rapaz voltou à favela e tentou trocar outro carro da família, um Vectra (com a cadeira de rodas da avó no porta malas), mas o traficante não teria concordado. Segundo o delegado Francisco, o alto consumo de cocaína, que deixou Napolitano cambaleante, teria motivado o traficante a não concordar com a nova troca.
Novamente em sua residência, Napolitano recebeu um telefonema de sua mãe, Vera de Macedo Pereira, com quem conversou, mas não falou do crime. Foi Vera quem encontrou os dois corpos, ao chegar de uma viagem.
Ainda em crise de abstinência, Napolitano tem chorado muito na delegacia.
Medida de segurança
O delegado Olavo Reino Francisco, da Delegacia Seccional Sul, afirma que deveria ser aplicada "medida de segurança" no caso do estudante.
Segundo o delegado, o acusado tem um "distúrbio de personalidade" e pode voltar a praticar outros crimes.
Pela "medida de segurança", o acusado fica em tratamento durante o período em que cumpre pena.
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