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25/11/2002 - 17h02

Acusado de matar a avó estava "agressivo" ultimamente, diz polícia

LÍVIA MARRA
da Folha Online

Gustavo de Macedo Pereira Napolitano, 22, acusado de matar avó e a empregada da família, no Planalto Paulista, bairro de classe média alta da zona sul de São Paulo, vinha demonstrando comportamento "um pouco mais agressivo" com as vítimas, segundo o delegado do GOE (Grupo de Operaçoes Especiais), Luiz Antônio Pinheiro.

A informação segundo ele, foi obtida por depoimentos. A empregada, Cleide Ferreira da Silva, 20, dormia na residência esporadicamente, como ocorreu neste fim de semana. Ela ficou na casa porque a mãe de Napolitano não dormiu em casa. Havia o receio do comportamento do rapaz com a avó, Vera Kuhn de Macedo Pereira, 73.

A mãe do marido da empregada disse que o rapaz ultimamente gritava com ela e com a avó. Segundo a polícia Napolitano usava cocaína a aproximadamente seis anos e já esteve internado para tratamento.

Napolitano confessou ontem ser autor das duas mortes que, segundo a polícia, foram motivadas pelo uso "exagerado" da droga. Na madrugada do domingo, ele esteve na favela da rua Mauro, Jabaquara, também zona sul, para trocar um aparelho de som e uma TV por seis papelotes de cocaína (cada papelote tem um grama da droga).

O delegado Olavo Reino Francisco, da Seccional Sul, disse que suspeita que, ao voltar para casa, ele tenha sido surpreendido pela avó consumindo a droga. A avó teria repreendido o neto.

Napolitano saiu novamente da casa, levando seu veículo, um Gol, para trocar por outros 55 papelotes na mesma favela. De acordo com a polícia, após adquirir a droga, ele voltou para casa e matou a avó com uma facada na garganta. Depois, virou o corpo e deu outros golpes. Uma espada com marcas de sangue foi encontrada ao lado da cama da avó, mas a polícia afirma que apenas a faca foi utilizada no crime.

O estudante permaneceu na casa e, por volta das 7h, esfaqueou também a empregada, que entrava para servir o café-da-manhã.

Segundo a polícia, Cleide, que estava há quatro meses no emprego, foi morta na cozinha, e seu corpo, arrastado até um banheiro da casa.

Por volta das 10h, o rapaz voltou à favela e tentou trocar outro carro da família, um Vectra, mas o traficante não teria concordado. Segundo o delegado Francisco, o alto consumo de cocaína, que deixou Napolitano cambaleante, teria motivado o traficante a não concordar com a nova troca.

Novamente em sua residência, Napolitano recebeu um telefonema de sua mãe, Vera de Macedo Pereira, com quem conversou, mas não falou do crime. Foi Vera quem encontrou os dois corpos, ao chegar de uma viagem.

Ainda em crise de abstinência, Napolitano tem chorado muito na delegacia. Seu advogado, Eduardo Cesar Leite, disse que o estudante ainda está completamente perturbado e que precisa ser submetido a tratamento.

Adriano Campelo da Silva, 25, acusado de ser o fornecedor das drogas também foi preso e responderá por tráfico. Napolitano foi autuado por duplo homicídio qualificado e tráfico (por causa da grande quantidade de cocaína que havia adquirido).

Ele abandonou o curso de direito a aproximadamente dois meses. Segundo a polícia, o acusado é usuário de drogas há aproximadamente seis anos e já esteve internado para tratamento.

Atualmente, tomava antidepressivo e ansiolítico.

Ele está detido no 27º Distrito Policial (Campo Belo) e deverá ser encaminhado para uma cadeia. O acusado foi levado hoje até o 96º Distrito Policial (Brooklin), sede da Delegacia Seccional Sul, para apresentação à imprensa.

Seu advogado, Eduardo Cesar Leite, disse que não teve acesso ao inquérito até o início da tarde. No entanto, admitiu que o rapaz "tem alguns problemas" e precisa de tratamento.


Veja também:
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