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Dia 15.04.02

 

 

Inserção precoce prejudica futuro profissional

Raquel Souza
Equipe GD

Os jovens que precisam entrar precocemente no mercado de trabalho para complementar a renda familiar têm menos chances de obter um emprego com melhor remuneração e com maiores garantias trabalhistas. Essa faceta contraditória da inserção de jovens no mundo do trabalho foi constatada por uma pesquisa divulgada, no último dia 10, pela Unicamp.

A pesquisa de mestrado, realizada pelo economista Cleber Luiz Lourenço, constatou que, de maneira geral, os jovens que se inserem precocemente no mercado são também aqueles que pertencem a famílias em que o chefe possui pouca escolarização, têm uma renda menor e não possui carteira assinada. Para completar o perfil do "filão de marginalizados", eles são do sexo masculino e tem entre 15 e 19 anos.

Os dados, com base na PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) do IBGE, confirmam que as chances de se obter um trabalho com registro em carteira aumentam, em média, 20% (nos homens) e 10% (nas mulheres) para quem tem mais de 20 anos. No caso do Nordeste essa porcentagem chega aos 28%, no caso masculino.

Ou seja, aqueles que começam a trabalhar prematuramente ocupam, às vezes, postos de trabalho informal ou que oferecem poucas garantias trabalhistas. "O problema é que, a possibilidade de cada indivíduo adiar sua entrada no mundo do trabalho, assim como de encontrar melhores oportunidades de emprego, remete a análise às condições sócio econômicas de origem desse jovem", esclarece Lourenço.

Além disso, é no grupo com menor faixa etária que se verifica os maiores índices de trabalho não remunerado. No Brasil, 12,9 de homens e mulheres com até 19 anos são trabalhadores não remunerados. A porcentagem cai para 3% para o grupo com até 24 anos.

Intitulado "Características da Inserção Ocupacional dos Jovens no Brasil", a pesquisa monitorou a inserção da população juvenil (de 15 a 24 anos) de acordo com sua condição de atividade - ocupados, desempregados e inativos - em toda década de 90.

Para diminuir esse foço de desigualdades, Lourenço apóia as políticas de primeiro emprego como o bolsa-trabalho e o trabalhador aprendiz. Mas esclarece que são medidas paliativas e que só resolvem o problema no curto prazo. "Sem crescimento econômico não há geração de emprego. É preciso um desenvolvimento que possibilite a inserção social das pessoas através do emprego", finaliza.

 
 
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