Percepção
de risco de morte é maior em jovens de baixa renda
Rodrigo
Zavala
Equipe GD
A proporção
de jovens que acreditam correr risco sério de morte
é maior entre alunos de escola pública se comparados
com os de escola particulares. Foi o que levantou pesquisa
realizada pelo Instituto Paulista de Adolescência (IPA)
com apoio do Centro Latino-Americano e do Caribe e Informação
em Ciências da Saúde (Bireme).
O Instituto
aplicou um questionário a 1393 adolescentes (12 a 20
anos), estudantes de escolas públicas e particulares
dos municípios de São Paulo (SP), São
Bernardo do Campo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Niterói
(RJ) e Sete Lagoas (MG).
Segundo
o estudo, o medo da morte se torna uma real e concreta em
função da realidade que cerca os jovens. Para
metade dos adolescentes (48,5%) a possibilidade de morrer
antes dos 20 é "considerável" e 21%
avaliam esse risco como "muito grande".
O último
índice varia bastante entre os diferentes estratos
sociais: de 10,8% entre alunos de escolas particulares a 34,6%
entre alunos de escolas públicas.
Os alunos
de escolas públicas também relatam com mais
freqüência perda de pai, irmãos e amigos
do que os alunos de instituições particulares
de ensino. O percentual de adolescentes da amostra mostrou
que, em escolas particulares, que perderem um amigo é
de pouco mais de 15%. Já em escolas estaduais esse
índice sobre para quase 30%.
"Os
índices mais elevados de mortalidade em regiões
pobres dos municípios, mostram que os adolescentes
carentes encaram mais freqüentemente a situação
de perda e se sentem mais vulneráveis", afirma
o terapeuta Eugenio Chipkevitch, diretor do IPA e editor da
revista Pais e Teens.
Para o
terapeuta, o estudo ainda desmonta o mito de que o adolescentes
se sentem invulneráveis. "Antes se acreditava
que eles não avaliavam os riscos de suas ações.
O jovem vive com medo da morte, o que para ele se torna uma
possibilidade real dependendo do meio onde se encontra",
explica.
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