Renda
Mínima auxilia 67 mil famílias, enquanto emprego
continua longe
Cristina
Mori
Equipe GD
A Prefeitura
Municipal de São Paulo comemora esta semana ter ultrapassado
a promessa de campanha de beneficiar 60 mil famílias
com o programa Renda Mínima até o final de 2001.
A Secretaria Municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade
já tem 67 mil famílias cadastradas, que devem
começar a receber o benefício ainda este mês.
Na próxima
quinta-feira (20/12), a família de número 60
mil irá receber o cartão que permite a retirada
do dinheiro. A entrega será feita por um dos integrantes
do grupo que começou a receber o benefício na
primeira leva do programa, em 13 de julho deste ano.
O Renda
Mínima é um programa de complementação
de renda no estilo Bolsa Escola. Ele beneficia com até
R$ 180 mensais famílias com filhos entre 0 e 15 anos,
dependendo da renda. Os filhos com mais de 7 anos devem estar
matriculados e freqüentando escolas públicas.
O valor médio do Renda Mínima hoje é
de R$ 117 por família, contra R$ 30 do Bolsa Escola
federal, segundo a assessoria de imprensa da secretaria.
Na opinião
do diretor técnico do Dieese, Sérgio Mendonça,
os programas de distribuição de renda não
resolvem sozinhos o problema maior, que é o desemprego.
Contudo, são importantes porque garantem ajuda aos
indivíduos enquanto as perspectivas continuam ruins.
"Mas
a mãe pobre, de baixa escolaridade, precisa de outras
alternativas ao longo dos sete ou oito anos que seus filhos
freqüentam a escola", analisa Mendonça.
De acordo
com uma pesquisa divulgada recentemente pela própria
Secretaria do Trabalho, 73% das pessoas que estão há
mais de oito meses desempregadas sobrevivem de "bicos".
Outros 36% contam com ajuda de amigos e 23% pedem dinheiro
emprestado.
A meta
do secretário Márcio Pochmann, até o
fim de 2004, é chegar a 309 mil famílias que,
segundo estudo da Fundação Seade e do Dieese,
vivem em São Paulo com menos de R$ 540 mensais.
Além
do Renda Mínima, a secretaria mantém os programas
Bolsa Trabalho e Começar de Novo. O Bolsa Trabalho
realiza capacitação de jovens desempregados,
com idades entre 16 a 20 anos, em atividades comunitárias.
A bolsa é de R$ 81 e mais R$ 56 de auxílio-transporte.
O Começar de Novo tem como foco desempregados com mais
de 40 anos, também envolvendo capacitação
e uma bolsa de R$ 120, além do auxílio-transporte
no mesmo valor dos jovens.
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