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Dia 29.08.01 às 17h35min
 

 

Mulheres e negros ainda são discriminados no mercado de trabalho

Rodrigo Zavala
Equipe GD

O mercado de trabalho de São Paulo discrimina mulheres e negros. É o que constata mais um estudo sobre o perfil racial do emprego, desta vez realizado pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) tendo como base o ano de 2000.

De acordo com a pesquisa, o chefe de família não-negro recebe um salário médio mensal de R$ 1.236, seguido pela mulher não-negra, que recebe em média R$ 765. Já o rendimento médio do homem negro é de R$ 639 e, para as mulheres negras, de apenas R$ 412.

A desigualdade racial e de gênero não pára por aí, principalmente no que se trata das mulheres negras. Em cargos de direção e planejamento, elas ocupam apenas 4,3% das vagas, enquanto entre as ocupadas não-negras esse percentual atinge 16,6%. Porém, em cargos de apoio e que não pedem qualificação (serviços domésticos e afins), as negras representam quase 30,8% do total, segmento no qual as não-negras não chegam a 14%.

O desemprego também atinge mais as negras. Apesar do nível de desemprego ter crescido nos últimos anos para todos, o aumento foi mais expressivo entre as mulheres afro-descendentes, que, sozinhas, representam 20,3% do total de desempregados. Vale lembrar que elas formam apenas 14% do População Economicamente Ativa.

Os dados mostrados na pesquisa não são novos, segundo Maria da Penha Lopes Guimarães, presidente da Comissão do Negro e de Assuntos Anti-discriminatórios da Ordem dos Advogados do Brasil (Conad-OAB). "Há anos são divulgados estudos apontando os mesmos dados. Só que nunca foi elaborada qualquer política pública para revertê-los", critica.

A advogada acredita que ações governamentais possam melhorar a situação do negro no mercado de trabalho. "O governo poderia promover indicadores de promoção de afro-descendência nas empresas, antes de autorizar qualquer incentivo fiscal ou empréstimos. Poderia também adotar cotas para alunos negros no Ensino Superior", defende.

A pesquisa tem a intenção de contribuir para os debates que ocorrerão na III Conferência Mundial Contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Formas Conexas de Intolerância, promovida pela ONU, que será realizada na África do Sul, entre 31 de agosto e 7 de setembro.

 

 
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