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Indenizações de executivos de bancos chocam americanos
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DANIEL BERGAMASCO
da Folha de S.Paulo, em Nova York
Desde o agravamento da crise econômica americana, há quase três semanas, cifras como US$ 20 milhões, US$ 45 milhões ou US$ 116 milhões só têm aparecido no noticiário financeiro na forma de prejuízo. Mas há uma espécie de universo paralelo em Wall Street em que esses dólares estão no azul: a conta corrente de executivos de bancos falidos, que saíram da quebradeira recebendo bônus milionários, conforme previsto em seus contratos.
O caso do Alan Fishman, que havia assumido a presidência do Washington Mutual 17 dias antes de o banco falir --e, sob intervenção federal, ter seus ativos comprados pelo JPMorgan--, é motivo de escândalo atualmente no país. Apesar de ter ficado menos de três semanas no emprego, recebeu quase US$ 20 milhões de bônus de contratação e indenização por demissão.
A notícia desperta críticas de legisladores e colunistas econômicos, que citam a disparidade entre esses ganhos e as perdas gigantescas de acionistas e funcionários de médio e baixo escalão.
Impedir os bancos de despejar tanto dinheiro no bolso de seus executivos foi uma das exigências de deputados americanos para apoiarem o pacote de US$ 700 bilhões de socorro ao mercado, antes de ele fracassar no Congresso na primeira tentativa de aprovação, no início da semana passada.
O argumento é que seria injusto sacrificar o contribuinte em uma quantia quase trilionária enquanto a elite dos bancos quebrados --a quem se atribui a edificação da crise, pela irresponsabilidade na busca de lucro fácil-- é recompensada.
Mais de US$ 100 milhões
A lista de profissionais que deixaram bancos falidos com "pára-quedas dourados", como esses bônus são chamados nos EUA, é recheada de cifras ainda mais reluzentes.
Com ajuda de bônus, Richard Fuld, que conduzia o banco Lehman Brothers quando este pediu concordata, no meio de setembro, teve ganhos de US$ 45 milhões em 2007, segundo a Equilar, empresa que pesquisa salários de executivos.
Já Stan O'Neal se aposentou do banco Merrill Lynch há menos de um ano levando para casa US$ 161 milhões em indenizações. Recentemente, o Merrill Lynch, à beira do colapso, foi vendido para o Bank of America.
Com tantos exemplos de felizardos na crise, foi notório o caso de Robert Willumstad, que rejeitou bônus de US$ 22 milhões a que teria direito por seu contrato como presidente da seguradora AIG, socorrida com US$ 85 bilhões do Fed (o banco central americano) para que não quebrasse. Ele havia deixado o cargo no início do mês e, em um e-mail ao sucessor, Edward Liddy, documentou a decisão de dispensar o dinheiro.
"Eu prefiro não receber pagamento de rescisão em um momento em que acionistas e empregados perderam valor considerável de suas ações do AIG", escreveu Willumstad, segundo a imprensa americana.
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O Brasil nao teve problemas porque os bancos nao precisaram correr risco nenhum tiveram lucro usando dinheiro do governo com alto juros aprovado pelo governo, mas como os custos em geral estao crescendo muito impulsionado por propagandas suspeitas, quem pode quebrar no Brasil e a classe media pois nao terao $$ para pagar o alto custo dos servicos de crecdito brasileiro.
Portanto olho vivo nao se deixem individar por propagandas enganosas...a coisa pode quebrar, temos que ter o pe no cha.
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