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03/10/2001
-
20h05
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Após choques com a polícia montada e policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), armados com cassetetes e escopetas, pelo menos sete pessoas foram presas e seis ficaram feridas na manifestação realizada hoje contra o governo federal _a maior em Brasília neste ano, segundo a Secretaria da Segurança Pública do Distrito Federal.
A Marcha Nacional em Defesa e Promoção da Educação reuniu 22 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, ou 45 mil, de acordo com a organização do evento, que fez a contagem a partir dos ônibus que levaram os manifestantes.
O policiamento foi feito por 4.000 policiais militares e 200 policiais civis que circulavam entre os manifestantes. Os agentes estavam armados e um chegou a sacar o revólver. Monitorada por helicóptero da PM, a Esplanada dos Ministérios foi inteiramente ocupada pela manifestação.
A passeata começou de forma pacífica, organizada em alas temáticas e acompanhada por carros de som. Houve apresentações de palhaços e de um grupo indígena. Após se reunirem diante do Ministério da Educação, os manifestantes começaram a xingar o ministro Paulo Renato Souza.
A situação ficou tensa após um grupo queimar dois bonecos de espuma e tecido que representavam o ministro e o FMI (Fundo Monetário Internacional).
Quando estudantes da UNE (União Nacional dos Estudantes) queimaram um terceiro boneco de Paulo Renato e atiraram cocos, latas e pedras no cordão duplo de segurança da PM, a polícia montada e o Bope avançaram em direção aos estudantes. Uma pequena bomba explodiu, mas não se sabe quem a atirou.
Dois estudantes foram presos. Um deles se identificou como Hélio Menezes do Sacramento, 23, estudante de Salvador. "Eu não fiz nada. Liguem para minha casa", disse aos repórteres presentes enquanto era algemado por seis policiais e colocado no carro de polícia.
Segundo o delegado Marcelo Fernandes, 32, que usava adesivos e boné do evento, o objetivo dos agentes era deter os "membros que estão tumultuando a passeata", que não seriam propriamente participantes da marcha.
"A presença da polícia já é uma agressão", disse João Felício, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores). Ele e o presidente da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), Carlos Abicalil, pediram ao ministro Paulo Renato, pessoalmente, que os detidos fossem liberados e a segurança, relaxada. O ministro disse que não iria interferir e classificou o movimento de democrático. Sobre os bonecos queimados e os insultos, disse: "Faz parte".
"A falta de senso do ministro anula qualquer pretensão eleitoral que ele possa ter", disse Felipe Maia, presidente da UNE.
Após a dispersão da maioria dos manifestantes, integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) se juntaram em frente ao Ministério do Desenvolvimento Agrário. Alguns estudantes também foram agredidos no local. Um deles, Geraldo Alves, 18, estudante de engenharia, foi atingido na nuca por um golpe de espada de um policial militar montado. Caído, foi socorrido por bombeiros.
Das seis ocorrências de feridos, quatro ocorreram na manifestação e duas são relativas a atropelamentos nas proximidades.
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Protesto pela educação termina com 7 presos em Brasília
LEILA SUWWANda Folha de S.Paulo, em Brasília
Após choques com a polícia montada e policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), armados com cassetetes e escopetas, pelo menos sete pessoas foram presas e seis ficaram feridas na manifestação realizada hoje contra o governo federal _a maior em Brasília neste ano, segundo a Secretaria da Segurança Pública do Distrito Federal.
A Marcha Nacional em Defesa e Promoção da Educação reuniu 22 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, ou 45 mil, de acordo com a organização do evento, que fez a contagem a partir dos ônibus que levaram os manifestantes.
O policiamento foi feito por 4.000 policiais militares e 200 policiais civis que circulavam entre os manifestantes. Os agentes estavam armados e um chegou a sacar o revólver. Monitorada por helicóptero da PM, a Esplanada dos Ministérios foi inteiramente ocupada pela manifestação.
A passeata começou de forma pacífica, organizada em alas temáticas e acompanhada por carros de som. Houve apresentações de palhaços e de um grupo indígena. Após se reunirem diante do Ministério da Educação, os manifestantes começaram a xingar o ministro Paulo Renato Souza.
A situação ficou tensa após um grupo queimar dois bonecos de espuma e tecido que representavam o ministro e o FMI (Fundo Monetário Internacional).
Quando estudantes da UNE (União Nacional dos Estudantes) queimaram um terceiro boneco de Paulo Renato e atiraram cocos, latas e pedras no cordão duplo de segurança da PM, a polícia montada e o Bope avançaram em direção aos estudantes. Uma pequena bomba explodiu, mas não se sabe quem a atirou.
Dois estudantes foram presos. Um deles se identificou como Hélio Menezes do Sacramento, 23, estudante de Salvador. "Eu não fiz nada. Liguem para minha casa", disse aos repórteres presentes enquanto era algemado por seis policiais e colocado no carro de polícia.
Segundo o delegado Marcelo Fernandes, 32, que usava adesivos e boné do evento, o objetivo dos agentes era deter os "membros que estão tumultuando a passeata", que não seriam propriamente participantes da marcha.
"A presença da polícia já é uma agressão", disse João Felício, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores). Ele e o presidente da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), Carlos Abicalil, pediram ao ministro Paulo Renato, pessoalmente, que os detidos fossem liberados e a segurança, relaxada. O ministro disse que não iria interferir e classificou o movimento de democrático. Sobre os bonecos queimados e os insultos, disse: "Faz parte".
"A falta de senso do ministro anula qualquer pretensão eleitoral que ele possa ter", disse Felipe Maia, presidente da UNE.
Após a dispersão da maioria dos manifestantes, integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) se juntaram em frente ao Ministério do Desenvolvimento Agrário. Alguns estudantes também foram agredidos no local. Um deles, Geraldo Alves, 18, estudante de engenharia, foi atingido na nuca por um golpe de espada de um policial militar montado. Caído, foi socorrido por bombeiros.
Das seis ocorrências de feridos, quatro ocorreram na manifestação e duas são relativas a atropelamentos nas proximidades.
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