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04/10/2001
-
09h30
especial para a Folha de S.Paulo
A perplexidade causada pelos atentados nos EUA suscitou um intenso debate sobre as raízes do terrorismo, as contradições da globalização e as relações entre o Ocidente e o islamismo.
Nas Cruzadas, durante a Idade Média, houve conflito entre cristãos e muçulmanos. Foram guerras santas de ambos os lados. Mas não se limitaram a isso. Os árabes islâmicos criaram uma brilhante civilização e influenciaram o Ocidente.
Nesse sentido, deram sua contribuição ao Renascimento, movimento cultural que criou a ciência moderna. Esta seria incorporada pelo desenvolvimento do capitalismo, que submeteu o mundo aos interesses das grandes potências. Nas nações islâmicas, as potências aliaram-se às elites locais que utilizaram a religião para dominar o povo. Esse domínio gerou violentas contradições e reações que explodiram nas várias revoluções e guerras ocorridas no século 20.
A atual guerra não é um conflito de civilizações nem de religiões. Também não é um confronto nos moldes tradicionais. Trata-se de uma guerra oculta e difusa, uma guerra global. Nela atuam grupos pequenos, porém poderosos e obscuros, que se aliam no plano internacional, formando uma teia, que, unida, é capaz de promover pânico no mundo e desafiar as maiores potências. É o caso dos radicais islâmicos, que reagem contra o desprezo e a exclusão social imposta pelas potências ocidentais -lideradas pelos EUA- e se nutrem do fanatismo e da miséria de milhões de muçulmanos.
O que se questiona é esse tipo de economia globalizada, baseada no apartheid social e no pensamento único neoliberal, que exclui milhões de pessoas e marginaliza culturas. Estão aí as origens do terrorismo, da violência urbana e do fanatismo religioso. Nesse sentido, um novo mundo torna-se cada vez mais necessário. Um mundo onde israelenses e palestinos se entendam, em que a ciência seja usada apenas para o bem, onde se respeitem os direitos de todas as culturas e onde os excluídos sejam incluídos no sistema econômico-social. Utopia, dirá o leitor. Mas nunca foi tão necessário que a realidade se aproximasse da utopia.
Geraldo Teruya é professor da Didátika e do Curso e Colégio Anglo
Fovest - 04.out.2001
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História
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Resumão/história - Que guerra é essa?
GERALDO TERUYAespecial para a Folha de S.Paulo
A perplexidade causada pelos atentados nos EUA suscitou um intenso debate sobre as raízes do terrorismo, as contradições da globalização e as relações entre o Ocidente e o islamismo.
Nas Cruzadas, durante a Idade Média, houve conflito entre cristãos e muçulmanos. Foram guerras santas de ambos os lados. Mas não se limitaram a isso. Os árabes islâmicos criaram uma brilhante civilização e influenciaram o Ocidente.
Nesse sentido, deram sua contribuição ao Renascimento, movimento cultural que criou a ciência moderna. Esta seria incorporada pelo desenvolvimento do capitalismo, que submeteu o mundo aos interesses das grandes potências. Nas nações islâmicas, as potências aliaram-se às elites locais que utilizaram a religião para dominar o povo. Esse domínio gerou violentas contradições e reações que explodiram nas várias revoluções e guerras ocorridas no século 20.
A atual guerra não é um conflito de civilizações nem de religiões. Também não é um confronto nos moldes tradicionais. Trata-se de uma guerra oculta e difusa, uma guerra global. Nela atuam grupos pequenos, porém poderosos e obscuros, que se aliam no plano internacional, formando uma teia, que, unida, é capaz de promover pânico no mundo e desafiar as maiores potências. É o caso dos radicais islâmicos, que reagem contra o desprezo e a exclusão social imposta pelas potências ocidentais -lideradas pelos EUA- e se nutrem do fanatismo e da miséria de milhões de muçulmanos.
O que se questiona é esse tipo de economia globalizada, baseada no apartheid social e no pensamento único neoliberal, que exclui milhões de pessoas e marginaliza culturas. Estão aí as origens do terrorismo, da violência urbana e do fanatismo religioso. Nesse sentido, um novo mundo torna-se cada vez mais necessário. Um mundo onde israelenses e palestinos se entendam, em que a ciência seja usada apenas para o bem, onde se respeitem os direitos de todas as culturas e onde os excluídos sejam incluídos no sistema econômico-social. Utopia, dirá o leitor. Mas nunca foi tão necessário que a realidade se aproximasse da utopia.
Geraldo Teruya é professor da Didátika e do Curso e Colégio Anglo
Fovest - 04.out.2001
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