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15/11/2001 - 09h23

Profissões: Carreira de medicina é tão difícil quanto o curso

ANDRÉ NICOLETTI
da Folha de S.Paulo

Medicina teve, este ano, o maior número de inscrições na Fuvest (12.844), e a nota de corte no último exame foi a mais alta (118). A relação candidato/vaga na Unifesp, que terá pela primeira vez seu vestibular, é 124,3, e na Unesp, é de 97,13. A dificuldade de conseguir uma vaga, porém, não é menor que a de acompanhar o curso ou a do início de carreira.

Para se tornar um médico, há pela frente seis anos de estudo em período integral, o que torna o curso caro até mesmo em instituições públicas. "É impossível trabalhar e estudar ao mesmo tempo, e alguém tem de custear a alimentação, moradia, livros e materiais", disse Helena Nader, pró-reitora de graduação da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

As disciplinas dos dois primeiros anos são básicas, como anatomia, fisiologia e bioquímica. A prática, que no início é pouca, é intensificada no terceiro e quarto anos, quando já se atende a alguns pacientes. Nos dois últimos, o estudante faz o mesmo trabalho que um médico, mas sob supervisão.

Após concluir a graduação, praticamente todos os médicos tentam fazer residência -uma pós-graduação que confere ao profissional o título de especialista. Como o número de formandos é maior que o das vagas oferecidas na residência, há exames de admissão, que chegam a ter concorrência semelhante à do vestibular.

"O estudante, quando começa a se preparar para a prova da residência, fica muito estressado, como um vestibulando", disse Maria do Patrocínio Nunes, vice-coordenadora da residência do Hospital das Clínicas de São Paulo. Segundo ela, a residência é composta por 80% de prática e é o período em que o estudante realmente treina de forma organizada os conhecimentos que adquiriu.

Nesse período, que dura de dois a quatro anos, trabalha-se em média 60 horas por semana, dependendo da especialização. Se o trabalho é muito, a remuneração é pouca -o piso salarial no HC é R$ 1.300-, e os recém-formados procuram complementar a renda fazendo plantões.

Rafael Aron Schmerling, que está no segundo ano de residência, além das 60 horas semanais que cumpre em média no hospital, faz dois plantões de 12 horas e dois de 24 horas por mês. "Tem que querer muito ser médico, se não a pessoa não agüenta", afirmou.

As más condições de trabalho são responsáveis pelo grande índice de pessimismo entre os médicos em relação a sua profissão. "Os médicos em geral não têm a remuneração que gostariam de ter ou têm uma qualidade de vida ruim para poder ganhar o quanto gostariam", disse Milton Arruda, presidente da comissão de graduação da USP.

Segundo os médicos, a grande recompensa da profissão não é financeira, e sim poder contribuir para aliviar o sofrimento das pessoas. "Um professor dizia que quem escolhe a medicina procurando coisas bonitas e cheirosas se decepciona, pois só encontra problemas feios e malcheirosos. Mas quem se contenta apenas com o sorriso de uma mãe agradecendo por ter curado seu filho será feliz", afirmou Luiz Sá Júnior, primeiro-secretário do Conselho Federal de Medicina.

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