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21/07/2009 - 07h37

Zelaya pede ajuda dos EUA e da ONU para voltar ao poder em Honduras

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da Reuters, em Madri

O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, decretou nesta segunda-feira o fim do diálogo por uma solução à crise política causada por sua deposição e agora apela para os Estados Unidos e a ONU (Organização das Nações Unidas) por apoio em seu retorno à Presidência. Zelaya planeja retornar ao país na próxima sexta-feira (24), em acordo com o pedido do mediador, o presidente Oscar Arias, que pediu mais tempo para investir na negociação.

"A comunidade internacional precisa estabelecer um precedente para que não haja repetição disso e para que golpes de Estado possam se tornar uma coisa do passado e aqueles que tentarem sejam punidos", disse Zelaya, em entrevista ao jornal espanhol "El Mundo".

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Questionado se a crise em Honduras seria encerrada com a intervenção diplomática dos EUA, Zelaya afirmou: "imediatamente." "Isto acabaria em um piscar de olhos de os EUA tomassem passos claros contra aqueles por trás do golpe", completou.

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, já alertou o governo do interino Roberto Micheletti que poderá enfrentar cortes econômicos a menos que chegue a um acordo com Zelaya.

"Ela deixou claro, caso o regime de fato precise ser lembrado, de que buscamos uma restauração da ordem democrática e constitucional, uma resolução pacífica", disse o porta-voz P.J. Crowley a jornalistas na segunda-feira.

"Ela lembrou-lhe das consequências para Honduras caso eles deixem de aceitar os princípios que o presidente Arias apresentou, o que teria um impacto significativo em termos de ajuda e consequências, potencialmente de longo prazo... para a relação entre Honduras e Estados Unidos", acrescentou.

A crise política em Honduras representa um desafio para os esforços do governo de Barack Obama para reaproximar os EUA da América Latina. Até agora, Washington condenou o golpe e suspendeu uma ajuda militar de US$ 16,5 milhões, mas em geral evita um envolvimento mais direto, deixando que Arias e a OEA (Organização dos Estados Americanos) assumam a iniciativa.

Mas Crowley sinalizou que os EUA agora podem tomar mais medidas --que ele não explicou- para pressionar Micheletti. Uma das opções seria cortar a ajuda econômica de US$ 18 milhões.

Na segunda-feira, a Comissão Europeia suspendeu toda a assistência orçamentária prestada a Honduras, como forma de pressionar Micheletti, que novamente prometeu não ceder.

O próprio Zelaya não explicou ao "El Mundo" o que exatamente espera dos EUA e da comunidade internacional, embora tenha citado ações como o cancelamento de contas bancárias pela Espanha, suspensão de vistos e viagens de membros do regime interino.

"Os responsáveis pelo golpe riram na cara do povo hondurenho, da comunidade internacional e de Oscar Árias", disse Zelaya, sobre a rejeição da delegação de Micheletti da proposta do costarriquenho para a crise --que incluía restituição de Zelaya.

"Eles riram até mesma da secretária de Estado americana Hillary Clinton", completou, em um tom de discurso na medida para tentar isolar ainda mais o governo interino.

Sobre o fato de ter declarado o diálogo "esgotado", apesar do apelo de Arias, Zelaya afirmou que já organiza a resistência interna "que a Constituição nos garante" para se preparar para retornar ao país.

Histórico

Zelaya foi deposto depois de contrariar a elite e o Congresso de Honduras com suas tentativas de ampliar o limite de mandatos presidenciais. A comunidade internacional em geral se mobilizou por sua volta ao poder, o que inclui o governo Obama e a Assembleia Geral da ONU.

Mas o presidente interino se recusa a ceder o poder, conforme havia sugerido Arias em dois dias de negociações durante o fim de semana.

A OEA atribuiu toda a culpa pelo impasse a Micheletti. "Lamentamos profundamente essa atitude da delegação do governo de fato no sentido de rejeitar a proposta", disse o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza. "Não a compreendemos."

A exemplo de Arias, Insulza citou a ameaça de violência em Honduras caso Micheletti não reconsidere sua decisão e afirmou que o órgão vai aumentar a pressão sobre os interinos.

Comentários dos leitores
Luciano Filgueiras (94) 02/02/2010 17h52
Luciano Filgueiras (94) 02/02/2010 17h52
Sobre o comentário do nosso estimado Diplomata, dizendo ele, que o nosso país inspira o desarmamento mundial; apenas brinco: "Nosso Amorim é um gozador!... sem opinião
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sebastião chaves (9) 02/02/2010 15h19
sebastião chaves (9) 02/02/2010 15h19
como tem pirado escrevendo e enviando os seus comentários. os textos chegam ser manifestações de humorismo involuntário.
Peço àqueles que discordam das bobagens escritas, sejam condescentes com os pirados da silva.
Pai, perdoi, eles não sabem o que escrevem. Descansem em paz, pirados.
sem opinião
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John Reed (41) 02/02/2010 03h21
John Reed (41) 02/02/2010 03h21
A realidade é inexorável.
Ideologias fajutas não passam de blá-blá-blá porque são míopes para enxergar qualquer coisa. Mas certamente não querem ver nada porque acham que já pensaram em tudo. Aí quando a realidade contraria a 'verdade' ideológica as coisas começam a ficar violentas.
Já viu uma criança contrariada? Pois é. Parece que o brinquedo favorito do Coronel Presidente Hugo Chávez se recusa a funcionar como ele deseja. E isso acaba refletindo em alguns nesse fórum, que contrariados produzem textos violentos tanto no estilo quanto no conteúdo.
Uma política carioca, médica, disse (isso ninguém me contou), no ocaso dos países comunista pós Muro, que o ideal e modelo de país a ser seguido eram os da Albânia. Caramba! Isso tem 20 anos.
É pra dar medo: o que a crença em ideologias ou dogmas pode fazer com uma pessoa culta e inteligente. Como já disse, a realidade é desagradavelmente real para alguns.
2 opiniões
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