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Israel indicia dois militares por fazer criança palestina procurar bomba em Gaza
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da Folha Online
A Procuradoria militar israelense indiciou nesta quinta-feira dois militares por violação ao regulamento ao forçar um menino palestino de nove anos a procurar explosivos durante a ofensiva militar israelense contra o grupo islâmico palestino Hamas na faixa de Gaza, entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009.
Os dois militares são acusados de terem "violado o regulamento militar" que proíbe uso de civis em atividade operacional ao obrigar a criança a abrir bolsas onde temiam que pudesse haver explosivos.
Esta é apenas a segunda vez que os militares indiciam criminalmente colegas por conduta errônea na operação de três semanas duramente criticada por crimes de guerra e contra a humanidade.
O Exército afirmou que as investigações sobre a violação começaram em junho de 2009. Ainda não há data para o julgamento.
O menino envolvido no incidente não ficou ferido.
Os militares não foram identificados. Segundo a agência de notícias Reuters, ambos são sargentos, já cumpriram o período obrigatório de serviço militar e agora fazem parte da reserva.
O Exército disse ainda ter "obrigação militar de prevenir agressões contra civis inocentes" e que "toma inúmeras ações para manter os valores de conduta durante a guerra e para obedecer a lei ao tomar ação legal contra aqueles que rompem com estes valores morais".
Ofensiva
Israel lançou em 27 de dezembro de 2008 uma grande ofensiva contra o grupo Hamas na faixa de Gaza com objetivo declarado de retaliar o lançamento de foguetes contra o território israelense.
Segundo o Centro Palestino de Direitos Humanos, a operação deixou 1.434 palestinos mortos --incluindo 960 civis, 239 policiais e 235 militantes. Já as Forças de Defesa israelenses admitiram ter matado 1.370 pessoas, incluindo 309 civis inocentes, entre eles 189 crianças e jovens com menos de 15 anos.
Diversos grupos de direitos humanos divulgaram relatórios criticando os dois lados por crimes de guerra --Israel pelo abuso de força em um território populoso e o Hamas por usar humanos como escudos e por atirar foguetes indiscriminadamente contra Israel.
O Exército israelense realizou uma investigação interna em abril passado diante de relatos publicados no jornal israelense "Haaretz" de soldados que lutaram na recente ofensiva na faixa de Gaza e que descrevem assassinato de civis inocentes, além de um bilhete que ordena ataques a equipes médicas e a campanha dos rabinos do Exército para transformar a operação em uma "guerra santa". Na época, as Forças Armadas israelenses rejeitaram as denúncias como boatos.
Com France Presse e Reuters
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