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19/03/2010 - 13h14

Quarteto para Oriente Médio promete pacote de medidas para destravar diálogo

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da Folha Online

O representante especial do Quarteto para o Oriente Médio, o ex-premiê britânico Tony Blair, afirmou nesta sexta-feira que um pacote de medidas pode destravar já nos próximos dias as negociações indiretas entre Israel e a Autoridade Nacional Palestina, suspensas pela última após anúncio israelense de novas construções em território ocupado de Jerusalém Oriental.

Em entrevista à agência de notícias Reuters após a reunião do Quarteto --formado por União Europeia, Rússia, Estados Unidos e ONU (Organização das Nações Unidas)--, Blair não quis revelar quais seriam as medidas, mas disse que tudo ficará claro "conforme os dias se desenrolarem".

"Espero muito que nos próximos dias tenhamos um pacote que dê às pessoas a sensação de que, sim, apesar de todas as dificuldades dos últimos dias, vale a pena ter um diálogo por proximidade (indireto), e então que estes levem a negociações diretas", afirmou Blair, em Moscou, na Rússia.

O britânico afirmou ainda que seria importante que ambos os lados adotem medidas que estimulem a confiança da outra parte. O mesmo tom da declaração lida mais cedo pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon e que pedia que ambos os lados evitassem "ações provocativas".

Blair se referiu principalmente ao projeto israelense, anunciado na semana passada, de construir mais 1.600 casas para colonos judeus em um assentamento em Jerusalém Oriental, território ocupado em 1967, sem reconhecimento internacional, e que os palestinos pleiteiam como capital do futuro Estado.

A notícia irritou aliados de Israel e os palestinos, que ameaçaram desistir das negociações indiretas sob a mediação do representante especial dos EUA, George Mitchell.

Assentamentos

Blair disse que "há uma contínua discussão sobre a construção de assentamentos (...) e obviamente é muito importante que nenhuma parte faça nada que perturbe a possibilidade de fazer a discussão andar".

Para ele, "a única coisa que dará confiança às pessoas de que uma negociação significativa pode acontecer é se não forem feitas coisas que perturbem esse processo, e por isso o anúncio sobre os assentamentos não foi nada útil".

A declaração do Quarteto foi clara ao pedir que Israel "cesse" todas as atividades de colonização na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

A reação israelense, contudo, foi desanimadora. O chanceler de Israel, Avigdor Lieberman, afirmou que o ultimato deixa mais distantes as chances de um acordo, ignora as experiências dos últimos 16 anos, desde os Acordos de Oslo, e não considera que a paz "deve ser construída desde o território, com ações práticas no território".

Esforço

Como primeiro-ministro britânico, Blair foi um dos protagonistas do processo de paz com os rebeldes republicanos da Irlanda do Norte, o que encerrou décadas de violência, em 1998. Um dos principais mediadores daquele processo foi o ex-senador norte-americano Mitchell, hoje enviado da Casa Branca para o Oriente Médio.

Como representante do Quarteto, Blair não conseguiu avanços. Apesar disso, ele se disse otimista. "Quem já tiver passado por esses processos, e eu passei por isso na Irlanda do Norte muitas vezes, (sabe que) sempre há altos e baixos. Sempre vai ser assim, sempre vai ser turbulento (...). É difícil, mas é preciso prosseguir."

Com Reuters

 

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