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19/06/2006
-
17h05
Colaboração para a Folha de S.Paulo
Se fazer turismo na Lua parece ser um futuro não muito distante neste início de século, visitar o Pólo Sul e navegar pela Antártida já é rotina no mercado de viagens. Jornada dos sonhos de muitos, antes lograda apenas por cientistas e navegadores, hoje pode ser feita sob encomenda para o bolso do freguês.
Por cerca de US$ 900 você pode passar uma tarde na base chilena O'Higgings, voando de volta no mesmo dia para a cidade de Punta Arenas, no sul do país, onde o pacote de um dia é vendido nas agências de turismo.
No extremo oposto, um grupo seleto de viajantes divide o privilégio de fazer a circunavegação completa do continente gelado em dois meses de pura mordomia, a bordo de um navio quebra-gelos russo, por "solamente" US$ 25 mil por pessoa --gorjetas não incluídas.
A cidade de Ushuaia, no extremo Sul da Argentina, é o ponto de partida para a maioria das embarcações. Há navios enormes que levam até 600 passageiros e apenas passeiam pelas geleiras, sem realizar nenhum desembarque; e tours em buques menores, para grupos de 40 a 60 pessoas, com direito a mergulho e passeios de caiaque.
Vôos para o Pólo Sul, onde uma base americana (www.southpolestation.com) carimba passaportes de turistas todos os dias durante a temporada, também fazem parte do menu e decolam de Christchurch, na Nova Zelândia. Mas as viagens mais interessantes em termos de aproveitamento do tempo e da relação custo-benefício (afinal, estamos falando de um investimento) são realizadas pelos cruzeiros em navios que partem de Ushuaia, no Sul da Argentina, em roteiros de 11 a 14 dias visitando ilhas e pontos de interesse espalhados pela porção Norte da Península Antártica.
Operados por agências européias e americanas especializadas em viagens polares, os cruzeiros guiados por biólogos, glaciólogos e historiadores usam antigos navios de pesquisa adaptados para transportar turistas. O idioma oficial na maioria deles é inglês, embora haja, com menos freqüência, grupos conduzidos em francês, alemão e espanhol.
Na temporada que começa em fins de novembro, o navio Akademik Shoskalsky, de fabricação finlandesa mas de bandeira e tripulação russas, parte do porto de Ushuaia com aproximados 60 passageiros em cada tour.
Outro mundo
Atravessada a tormenta, no terceiro dia começam a aparecer os primeiros icebergs flutuando. O frenesi entre os turistas a bordo é geral, e a sensação lembra uma viagem para outro planeta. A paisagem muda dramaticamente conforme se navega rumo ao Sul. Baleias de várias espécies, aves marinhas e focas são avistadas durante a breve rota pelo mar de Wedell, enquanto a embarcação avança por águas rodeadas de picos nevados.
Ao longo do percurso, paradas somente em lugares autorizados pela comissão internacional (www.iaato.org), que regula e organiza o movimento de cruzeiros turísticos na Antártida.
Para o próximo verão estão programadas as primeiras saídas guiadas em português da história do turismo na Antártida. Lideradas pelo glaciólogo brasileiro Jefferson Simões, pesquisador do Nupac (Núcleo de Pesquisas Antárticas e Climáticas), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e primeiro brasileiro a pisar no pólo Sul, visam a atender a um público que não fala inglês, ou que não está disposto a se matar para compreender os sotaques dos guias europeus.
Com mais de 20 viagens ao continente, Simões irá inclusive conduzir uma visita à base brasileira Comandante Ferraz. A estação de pesquisa erguida em 1985 vive ocupada sazonalmente por cientistas, engenheiros, escaladores e outros realizadores da missão brasileira na Antártida. Em suas instalações, os pesquisadores passam meses a fio sobrevivendo à base de comida enlatada, e a visita do grupo de turistas certamente será bem-vinda.
Para quem: busca aventura, mas sem dispensar o conforto
Quando ir: de dezembro a março, período em que a noite inexiste e as temperaturas oscilam entre 10ºC e -2ºC
Quem leva: A brasileira Zelfa Silva organiza a agenda das próximas saídas do Akademik Shokalsky (www.antarcticacruises.com.br).
Pacotes:
- Climb Tour Operadora, tel. 5542-8166 (www.climb.tur.br). A partir de US$ 6.637 (saídas a partir de outubro). Inclui aéreos, traslados, duas noites em Buenos Aires com café da manhã, 17 dias a bordo de navio com pensão completa, passeios com guia e a presença de Amyr Klink e assistência médica internacional.
- Interpoint, tel. 3087-9400 (www.interpoint.com.br). A partir de US$ 2.208. Inclui aéreo, traslados, seis dias de navegação com pensão completa, passeios e expedições.
- Pisa Trekking, tel. 5052-4085 (www.pisa.tur.br). A partir de US$ 2.995. Sem aéreo. Inclui parte terrestre, traslados, uma noite em apto. duplo em Ushuaia com café da manhã, 12 noites em cruzeiro com pensão completa, guias em inglês.
O jornalista Caio Vilela viajou a convite da Gol Linhas Aéreas e da Quark Expeditions.
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CAIO VILELAColaboração para a Folha de S.Paulo
Se fazer turismo na Lua parece ser um futuro não muito distante neste início de século, visitar o Pólo Sul e navegar pela Antártida já é rotina no mercado de viagens. Jornada dos sonhos de muitos, antes lograda apenas por cientistas e navegadores, hoje pode ser feita sob encomenda para o bolso do freguês.
Por cerca de US$ 900 você pode passar uma tarde na base chilena O'Higgings, voando de volta no mesmo dia para a cidade de Punta Arenas, no sul do país, onde o pacote de um dia é vendido nas agências de turismo.
Caio Vilela/Folha Imagem |
O navio russo Akademik Shokalsky durante visita à colônia de pingüins |
A cidade de Ushuaia, no extremo Sul da Argentina, é o ponto de partida para a maioria das embarcações. Há navios enormes que levam até 600 passageiros e apenas passeiam pelas geleiras, sem realizar nenhum desembarque; e tours em buques menores, para grupos de 40 a 60 pessoas, com direito a mergulho e passeios de caiaque.
Vôos para o Pólo Sul, onde uma base americana (www.southpolestation.com) carimba passaportes de turistas todos os dias durante a temporada, também fazem parte do menu e decolam de Christchurch, na Nova Zelândia. Mas as viagens mais interessantes em termos de aproveitamento do tempo e da relação custo-benefício (afinal, estamos falando de um investimento) são realizadas pelos cruzeiros em navios que partem de Ushuaia, no Sul da Argentina, em roteiros de 11 a 14 dias visitando ilhas e pontos de interesse espalhados pela porção Norte da Península Antártica.
Operados por agências européias e americanas especializadas em viagens polares, os cruzeiros guiados por biólogos, glaciólogos e historiadores usam antigos navios de pesquisa adaptados para transportar turistas. O idioma oficial na maioria deles é inglês, embora haja, com menos freqüência, grupos conduzidos em francês, alemão e espanhol.
Na temporada que começa em fins de novembro, o navio Akademik Shoskalsky, de fabricação finlandesa mas de bandeira e tripulação russas, parte do porto de Ushuaia com aproximados 60 passageiros em cada tour.
Outro mundo
Atravessada a tormenta, no terceiro dia começam a aparecer os primeiros icebergs flutuando. O frenesi entre os turistas a bordo é geral, e a sensação lembra uma viagem para outro planeta. A paisagem muda dramaticamente conforme se navega rumo ao Sul. Baleias de várias espécies, aves marinhas e focas são avistadas durante a breve rota pelo mar de Wedell, enquanto a embarcação avança por águas rodeadas de picos nevados.
Ao longo do percurso, paradas somente em lugares autorizados pela comissão internacional (www.iaato.org), que regula e organiza o movimento de cruzeiros turísticos na Antártida.
Para o próximo verão estão programadas as primeiras saídas guiadas em português da história do turismo na Antártida. Lideradas pelo glaciólogo brasileiro Jefferson Simões, pesquisador do Nupac (Núcleo de Pesquisas Antárticas e Climáticas), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e primeiro brasileiro a pisar no pólo Sul, visam a atender a um público que não fala inglês, ou que não está disposto a se matar para compreender os sotaques dos guias europeus.
Com mais de 20 viagens ao continente, Simões irá inclusive conduzir uma visita à base brasileira Comandante Ferraz. A estação de pesquisa erguida em 1985 vive ocupada sazonalmente por cientistas, engenheiros, escaladores e outros realizadores da missão brasileira na Antártida. Em suas instalações, os pesquisadores passam meses a fio sobrevivendo à base de comida enlatada, e a visita do grupo de turistas certamente será bem-vinda.
Para quem: busca aventura, mas sem dispensar o conforto
Quando ir: de dezembro a março, período em que a noite inexiste e as temperaturas oscilam entre 10ºC e -2ºC
Quem leva: A brasileira Zelfa Silva organiza a agenda das próximas saídas do Akademik Shokalsky (www.antarcticacruises.com.br).
Pacotes:
- Climb Tour Operadora, tel. 5542-8166 (www.climb.tur.br). A partir de US$ 6.637 (saídas a partir de outubro). Inclui aéreos, traslados, duas noites em Buenos Aires com café da manhã, 17 dias a bordo de navio com pensão completa, passeios com guia e a presença de Amyr Klink e assistência médica internacional.
- Interpoint, tel. 3087-9400 (www.interpoint.com.br). A partir de US$ 2.208. Inclui aéreo, traslados, seis dias de navegação com pensão completa, passeios e expedições.
- Pisa Trekking, tel. 5052-4085 (www.pisa.tur.br). A partir de US$ 2.995. Sem aéreo. Inclui parte terrestre, traslados, uma noite em apto. duplo em Ushuaia com café da manhã, 12 noites em cruzeiro com pensão completa, guias em inglês.
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