Foco
Traficantes ostentam fuzis em piscina de vila olímpica do Rio
"Adorei a piscina, esculachou. Mó complexão, tá tudo dominado", disse o traficante Celso Pinheiro Pimenta, conhecido como Playboy, 32, comentando as fotos de companheiros posando com fuzis dentro da piscina da vila olímpica de Honório Gurgel, na zona norte do Rio.
Os traficantes da facção criminosa ADA (Amigos dos Amigos) comemoravam a expulsão dos rivais do Comando Vermelho, na madrugada do dia 5, em conversa telefônica interceptada pela polícia com autorização judicial.
Na piscina da vila olímpica, os traficantes brincaram dentro da água e fizeram poses para fotos com três fuzis. As imagens foram postadas no Facebook e obtidas por policiais civis.
A vila olímpica foi inaugurada há dois anos com o objetivo de oferecer lazer e treinamento a jovens das comunidades da região.
A assessoria da Secretaria Municipal de Esporte da gestão de Eduardo Paes (PMDB) admitiu a invasão e informou que já pediu reforço do policiamento no local.
Segundo a assessoria, no momento da invasão, a vila olímpica não tinha alunos ou moradores do bairro.
FICHA
Playboy é apontado pela polícia como um dos chefes da facção ADA, responsável por uma série de disputas territoriais em diferentes pontos da capital do Rio.
O serviço do disque-denúncia oferece uma recompensa de R$ 20 mil para quem fornecer informações que levem à sua prisão.
O criminoso é conhecido pela polícia desde o início dos anos 2000. Na ocasião, ele integrava a quadrilha de Pedro Machado Lomba Neto, o Pedro Dom, que assaltava residências no Rio.
Com a morte de Pedro Dom, Playboy se escondeu em morros da Ilha do Governador, abandonou a facção Terceiro Comando e se aliou ao ADA, no morro da Pedreira, na zona norte do Rio.
Na comunidade, Playboy diz que abriga menores de idade, também integrantes da quadrilha, dando a eles apartamentos.
Nas redes sociais, os membros do grupo ostentam,em fotos, o seu poderio bélico em diferentes pontos do morro.
O criminoso é apontado como responsável por roubo de cargas na região. Na mesma gravação telefônica interceptada com autorização judicial, Playboy diz que rouba caixas eletrônicos, bancos e carros-forte.
"Nós não rouba pobre. Nós fazemos roubo de rico", diz.
Rouba e depois festeja.