Edson Bueno de Camargo (1962-2014)
Enxergava poesia por onde passava
Edson Bueno de Camargo vivia em estado poético. Enxergava poesia em todos os cantos por onde passava, tinha facilidade para traduzir a vida em versos --até da placa de uma obra já tirou ideias.
Ler e escrever eram paixões cultivadas desde a infância pobre vivida em Mauá, na Grande São Paulo. Sem poder comprar livros, devorava o que passava por suas mãos, de jornais velhos à Bíblia.
O primeiro livro, "Poemas do Século Passado - 1982-2000", foi publicado apenas em 2002, mas, como o próprio título sugere, traz versos escritos ainda na juventude.
Havia cerca de 15 anos que se dedicava integralmente à literatura contemporânea, com uma veia surrealista.
Além de participante ativo da Casa das Rosas, em São Paulo, ministrava oficinas e participava de grupos como o Taba de Corumbê e o Colégio Brasileiro de Poetas, ambos de Mauá, entre outros.
Recebeu diversos prêmios por seu trabalho, como o Off Flip de Literatura --evento paralelo à Feira Literária de Paraty--, na categoria Poesia.
Era casado desde 1982 com Cecília, uma amiga de colégio. Com ela compartilhava o gosto pelas letras e também pela fotografia e a arte postal.
Em outubro, sofreu um AVC (acidente vascular cerebral). Mesmo debilitado, manteve o bom humor costumeiro. Para ele, a morte sempre foi "um assunto bem resolvido".
Morreu na terça-feira (28), de infarto, aos 52 anos. Deixa Cecília, a filha, Sarah, também escritora, o neto, André, os pais e um irmão.
No domingo (9), será realizado um sarau em sua homenagem, no Museu Barão de Mauá, a partir das 14h.