Foco
Ciclovia em ponte tem fiscal de 'plantão' para ajudar travessia
Um fiscal da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), plantado na ponte da Casa Verde (zona norte de São Paulo), grita para um ciclista: "Levanta o braço, mostra que você quer passar que os carros param".
De bicicleta, o servidor público José Antônio de Andrade, 48, segue o conselho, para o trânsito e consegue, em poucos segundos, cruzar a alça de acesso da ponte.
"Agora ficou mais fácil atravessar [a ponte]", diz Andrade, que mora em Santana (zona norte) e há quatro anos vai de bicicleta para o trabalho, na av. Paulista. "Antes era um sufoco. Tinha que andar no meio dos carros."
A ponte da Casa Verde é a primeira a receber intervenções no trânsito para viabilizar o projeto da gestão Fernando Haddad (PT) de fazer ciclovias em pontes das marginais Tietê e Pinheiros.
Sofreu uma série de mudanças para diminuir a velocidade dos carros e permitir a passagem de ciclistas e pedestres. Não há semáforo.
Nela, a prefeitura criou um espaço de pedestres pintado de azul, reduziu o espaço dos carros na alça de acesso e colocou uma "lombofaixa" --lombada que serve como faixa de pedestres e ciclovia.
Fiscais têm ficado ali o dia todo, de "plantão", verificando se os motoristas dão preferência a ciclistas e pedestres, como prevê a lei.
Um dos agentes, que pediu para não ser identificado, reluta em acreditar na boa vontade dos motoristas. "Só deixam passar porque estou aqui e têm medo de levar multa. Se eu sair, é cada um por si."
CONEXÃO
A nova ciclovia tem 700 m e se conecta às avenidas Braz Leme e Abraão Ribeiro. Nesta terça-feira (4), Haddad faz uma última vistoria na pista, que, embora já esteja sendo usada, deve ser inaugurada nos próximos dias.
A CET diz que as intervenções poderão ser adotadas em situações similares. O plano de Haddad é fazer ciclovias em 12 das 28 pontes das marginais até o fim de 2015.