Ministro quer avaliar docente antes de conceder benefício
Novo titular da Educação estuda como usar avaliação para melhoria na carreira
Ex-governador do Ceará afirmou também que mudança do currículo no ensino médio deve ser feita em 2 anos
O novo ministro da Educação, Cid Gomes, afirmou em seu primeiro discurso como titular da pasta que a gestão pretende debater uma forma de avaliar professores como critério para concessão de benefício aos servidores.
Cid não deu detalhes sobre como será feito. "É um debate que pretendo colocar."
Em fala dirigida aos docentes, ele disse que seu gabinete "estará sempre aberto para receber conselhos, críticas e ajuda". E falou em "valorizar e reconhecer" os professores, classe com a qual teve atritos como governador do Ceará, entre 2007 e 2014.
Nesta sexta-feira (2), ao comentar sua já famosa frase segundo a qual professores têm de trabalhar por amor, não por dinheiro, voltou a dizer que foi mal interpretado.
Afirmou que apenas citou a necessidade de vocação a servidores públicos.
SALÁRIO E CURRÍCULO
Na próxima semana, Gomes anuncia o reajuste do piso nacional dos professores da educação básica, a ser cumprido por Estados e municípios. Números preliminares indicam percentual de 13%, ante inflação de cerca de 6,5% no ano. Em 2014, o reajuste foi de 8,32%. O piso hoje é de R$ 1.700.
A ampliação da oferta de creches, a universalização da pré-escola e a reforma do currículo do ensino médio foram algumas ações destacadas pelo novo ministro.
Mudanças na grade curricular, segundo ele, não serão feitas "do dia para a noite".
O governo Dilma promete a alteração desde 2012. Gomes prevê um prazo de mais dois anos para implantação das novas bases curriculares, que seriam definidas também para o ensino fundamental.
"Uma coisa é a unificação de uma base, de um currículo para o Brasil, para o ensino fundamental e médio. A outra coisa é diversificar e trazer variações no currículo do ensino médio", disse.
Cid Gomes defende, por exemplo, que o jovem possa aprofundar estudos em áreas em que já tenha aptidão.
A transmissão de cargo foi acompanhada por congressistas e ministros da Esplanada, como os titulares do Planejamento, Nelson Barbosa, e da Saúde, Arthur Chioro.
Ex-governador do Ceará e filiado ao Pros, Cid Gomes assume o lugar do petista Henrique Paim, há 11 anos no MEC e pouco menos de um ano como titular da pasta.
Esta será a primeira vez, desde o início do governo do PT, que um político não filiado à legenda assume o MEC.
Paim apontou a lei de cotas nas federais como "a política mais importante que esse governo fez".