Após despejo, procura cresce em instituição
Após a ação da prefeitura para retirar barracas de usuários de drogas na chamada "favelinha" da cracolândia, a procura pela missão batista Cristolândia, que oferece assistência para recuperação de viciados no centro de São Paulo, quase dobrou.
Sem roupas limpas em quantidade suficiente, a instituição religiosa não teve como oferecer banho para todo mundo.
"Quando as barracas foram tiradas, alguns usuários saíram de lá e não tinham para onde ir", diz Humberto Machado, pastor coordenador do projeto criado em 2009.
Ele afirma que costumava atender cerca de 150 pessoas por dia, mas que esse número subiu 80%.
Além de atendimento religioso, a Cristolândia, comandada por missionários e voluntários, oferece serviços como café, almoço, banho e corte de cabelo.
Viciado em crack em processo de reabilitação na missão batista, Ricardo, 34, morou na cracolândia por quatro anos. Há três semanas, dorme em um albergue da Barra Funda (zona oeste), mas viu a ação da prefeitura.
"Isso deixa as pessoas mais revoltadas. Sem abrigo e com a circulação da polícia, que inibe o tráfico, a opção é a Cristolândia."