'Não entendemos o Brasil, tchê', diz personagem
O Analista de Bagé, personagem criado nos anos 80 pelo escritor Luis Fernando Verissimo, falou com a Folha por e-mail. As crônicas do consultório do psicanalista formado em Paris, com especialização em Passo Fundo (RS), estão entre as preferidas do autor.
Folha - Quais os principais problemas dos gaúchos que procuram seu consultório hoje?
Analista de Bagé - O que mais aparece é identidade sexual indefinida (ninguém mais sabe se é gay ou se é coisa passageira, tchê) e sentimento edipiano mal resolvido com relação à Dilma.
Os gaúchos são mal compreendidos pelo resto do país ou há motivo para achá-los diferentes?
Nós é que não entendemos o Brasil, tchê. Está certo, vocês têm a desculpa de não serem gaúchos. Mas podiam pelo menos disfarçá.
Como a psicanálise explica a cuia e a bomba de chimarrão?
A cuia representa o seio materno, mas a bomba não é um símbolo fálico, que ideia!
O sr. continua vinculado à Sociedade Psicanalítica de Bagé, no CTG Rincão da Sublimação Consciente?
Fui expulso. Não teve nada a ver com minha oposição às ideias ortodoxas da Sociedade. É que fiz xixi na piscina.
A terapia do joelhaço continua eficaz?
Continua, e já foi, inclusive, adotada em outros países.