Funcionários de 4 das 6 linhas da CPTM decidem parar por 24 horas
Categoria pede 9,29% de reajuste, mas empresa controlada pelo governo estadual ofereceu 8,25%
É 'irresponsável', diz companhia; liminar determina 90% dos maquinistas trabalhem no horário de pico
Funcionários de quatro das seis linhas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) decidiram entrar em greve por aumento salarial a partir da 0h desta quarta (3). Segundo os sindicatos, a paralisação será de 24 horas.
Em assembleias feitas pelos sindicatos que representam trabalhadores das linhas 7-rubi, 10-turquesa, 11-coral e 12-safira foram descartadas as propostas de reajuste oferecidas pela empresa, controlada pelo governo estadual.
Os trabalhadores das linhas 8-diamante e 9-esmeralda decidiram não aderir à paralisação. Mas eles também rejeitaram as propostas e mantiveram o estado de greve.
Em negociação no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), na tarde desta terça (2), a CPTM fez duas propostas: a primeira de conceder reajuste de 7,72% nos salários e de 10% nos benefícios e a segunda de aumento de 8,25% nos salários e benefícios.
Os trabalhadores pedem 9,29%. A inflação acumulada desde o último reajuste, em maio de 2014, foi de 6,65%, segundo o IPC/Fipe.
Em nota, a CPTM diz considerar "irresponsável" a decisão de entrar em greve. "Embora respeite o direito de greve, a CPTM ressalta que a paralisação do sistema prejudicará quase 3 milhões de usuários" que utilizam diariamente a rede de trens. A empresa tem cerca de 8.800 funcionários nas seis linhas.
Decisão liminar (provisória) concedida na semana passada pelo vice-presidente judicial do TRT-2, desembargador Wilson Fernandes, determina que, em caso de greve, 90% dos maquinistas e 70% dos demais funcionários trabalhem nos horários de pico (das 4h às 10h e das 16h às 21h) e que 60% atuem nos demais períodos.