Helicóptero com filho de Alckmin tinha peças desconectadas
Aeronáutica aponta falha de manutenção como possível causa do acidente; empresa que fez a revisão nega
Uma falha na manutenção pode ter sido a causa do acidente com o helicóptero EC 155 B1 que caiu no dia 2 de abril em Carapicuíba (SP), matando cinco pessoas, entre elas Thomaz Alckmin, filho do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão da Aeronáutica, divulgou nota nesta terça-feira (2) em que diz que "controles flexíveis e alavancas --dois componentes fundamentais para o piloto controlar a aeronave em voo-- estavam desconectados antes da decolagem".
Essa estrutura, que fica embaixo do assoalho do helicóptero, é responsável por transmitir os comandos do piloto para o rotor (estrutura que gira as pás), determinando manobras para os lados, para a frente e para trás.
Sem elas, o piloto não consegue dar direção à aeronave. A Aeronáutica informou também que o exame dos destroços apontou que os danos encontrados nas pás do rotor, na cauda e no motor foram em decorrência da queda, e não o motivo do acidente.
O estudo, segundo o Cenipa, ainda não é conclusivo, mas aponta evidências de que o comandante Carlos Haroldo Isquerdo Gonçalves, 53, estava pilotando a aeronave em todas as fases do voo.
OUTRO LADO
Em nota, a Helipark, que fez a manutenção da aeronave, colocou em dúvida as informações do Cenipa.
"A nota da FAB diz que os controles flexíveis e alavancas são 'fundamentais para controlar a aeronave em voo'. Portanto, como afirmar que o helicóptero decolou e voou mesmo com esses componentes desconectados?".
O helicóptero foi fabricado pela Airbus Helicopter, que no Brasil tem a Helibrás como subsidiária. Em nota, a Helibrás disse que não vai se manifestar antes do fim das investigações.