Policiais são suspeitos de 18 mortes em série em SP
Assassinatos ocorreram na noite de quinta, nas cidades de Osasco e Barueri
Ataque seria retaliação à morte de PM; crimes ocorreram em intervalo de quase três horas, num raio de 10 km
O governo Geraldo Alckmin (PSDB) suspeita que policiais militares estejam envolvidos nos ataques em série que deixaram 18 mortos e seis feridos na noite de quinta-feira (13) nas cidades de Osasco e Barueri, na Grande SP.
Os crimes ocorreram em um intervalo de quase três horas, num raio de 10 km, em nove pontos diferentes. Só seis dos mortos tinham alguma passagem pela polícia.
A principal linha de investigação aponta para crime de vingança –um PM foi morto na semana passada em Osasco em um assalto a um posto de combustíveis, e os suspeitos continuam foragidos.
Um guarda civil metropolitano também foi morto durante outro assalto –na quarta-feira (12), em Barueri.
Com base em depoimentos de testemunhas, análise de imagens de câmeras e cápsulas de armas achadas, a polícia acredita que as mortes de Osasco estejam relacionadas.
Não sabe ainda, porém, se esse grupo atuou em conjunto com assassinos de Barueri.
As ações foram semelhantes. Homens encapuzados estacionaram um carro, desembarcaram e dispararam vários tiros. Em alguns locais, testemunhas disseram que os assassinos perguntaram por antecedentes criminais para definir quem morreria.
Só em um bar de Osasco, oito morreram. Do lado de fora, um dos peritos da Polícia Civil disse: "Nunca vi uma noite com tantos mortos".
A participação de policiais em mortes em série tem sido comum. Nas cinco principais chacinas na capital paulista desde 2013, onde morreram 42 pessoas, em todas existe a suspeita de participação de policiais militares ou civis.
O caso mais recente é de um policial militar e um ex-PM presos em maio como suspeitos de participar da morte de oito pessoas em uma festa na sede da torcida corintiana Pavilhão 9, na zona oeste.
A suposta participação de policiais nos assassinatos desta quinta colocou o comando das corporações sob alerta. Os efetivos foram reforçados, principalmente na região, para reagir a eventuais retaliações de criminosos em carros ou bases policiais nas próximas noites.
A Corregedoria da PM também entrou no caso, para que tudo seja esclarecido logo, como cobrou o governador Geraldo Alckmin (PSDB).
O secretário estadual da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, está acompanhando diretamente o caso. Segundo ele, a atuação de policiais é apenas uma das linhas de investigação.