Governos reconhecem que faltam centros
O Ibama e a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, órgãos federal e estadual responsáveis pelo cuidado da fauna silvestre, reconhecem que faltam centros de triagem para abrigar animais, principalmente de grande porte.
Segundo o governo estadual, como muitos bichos chegam domesticados e tiveram alimentação inadequada ao longo da vida, caso de araras e papagaios, a reabilitação e uma possível soltura podem ficar comprometidas.
Outro empecilho é que não há áreas de soltura suficientes. Animais capturados no Nordeste, por exemplo, não podem ser liberados em São Paulo, e a repatriação depende de transporte e de centros de triagem para recebê-los.
Quando o animal não pode voltar para a natureza, depende de cativeiros como os dos Cetas. Até os zoológicos estão lotados.
Em nota, a secretaria diz que pretende ampliar o número de centros de triagem, "mas esbarramos na dificuldade que é o custo de manutenção". Um Cetas consome até R$ 2 milhões ao ano.
No país todo, há 24 Cetas do Ibama. Em nota, o órgão admite que o ideal seria que esse número fosse maior, considerando-se o tamanho do Brasil.
Afirma, porém, que a gestão cabe aos governos estaduais, que devem buscar implantar novas unidades.
O Ibama afirma que, "tecnicamente, há interesse na construção de Cetas" mantidos pelo órgão em locais mais carentes, mas que "a decisão é da presidência do [Ibama]".
O órgão federal diz que seus recursos são suficientes apenas para manter suas unidades e que não pode passar recursos para ONGs que desejem manter Cetas.