Candidatos impõem condições, e Globo cancela entrevistas
Dilma e Aécio queriam fixar tempo mínimo para responder às questões dos jornalistas
As entrevistas com a presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB) no "Jornal Nacional", previstas para a próxima semana, foram canceladas após impasse entre a TV Globo e as duas campanhas.
PT e PSDB reclamavam do tempo de duração da entrevista e de quanto seria, de fato, destinado para que os dois candidatos pudessem responder às questões.
Segundo a Folha apurou, as campanhas julgavam que, caso algum ponto não fosse suficientemente explicado, faltaria tempo hábil para réplicas no decorrer da semana, uma vez que a campanha já estaria na reta final.
Assim, como a TV Globo não aceitou que fosse estabelecido um tempo mínimo para os candidatos, as entrevistas foram canceladas.
Na terça-feira (14), a petista e o tucano participaram do primeiro debate do segundo turno, na TV Bandeirantes. O SBT, o portal UOL e a rádio Jovem Pan vão promover nesta quinta (16) o segundo debate entre os dois.
A Folha saiu da organização desse segundo debate depois que a campanha da presidente Dilma anunciou que não aceitaria a presença de jornalistas fazendo perguntas aos candidatos.
Nesta quarta (15), as campanhas de rádio de PT e PSDB trocaram acusações sobre censura a jornalistas. O PT disse que Aécio, no governo de Minas, atuou como no "tempo da ditadura". Já o do PSDB afirmou que o PT criou uma "lista negra" para "intimidar a imprensa".
Em entrevista, Dilma disse que Aécio "não está acostumado a receber críticas porque ele tinha uma certa blindagem [da imprensa]quando foi governador".