Mercado/Tec
YouTube ainda não dá lucro para o Google
Site de vídeos faturou US$ 4 bilhões no ano passado, mas ainda fica no 'zero a zero' com os custos, afirma 'WSJ'
Empresa investe em conteúdo original e serviços pagos para fazer frente a rivais como o Facebook
O YouTube, lançado há quase dez anos, atrai mais de 1 bilhão de usuários por mês e até gera receita para o Google, mas ainda não se tornou um negócio lucrativo. O fato é curioso porque o portal é a base de uma indústria que gera milhões para redes de produtores de conteúdo e criadores de vídeos.
De acordo com o jornal "Wall Street Journal", o site de vídeos gerou US$ 4 bilhões no ano passado, uma alta de mais de 30% em relação aos US$ 3 bilhões de 2013. O faturamento do YouTube representou, então, 6% da receita do Google em 2014, que foi de US$ 66 bilhões.
Entretanto, descontados os custos com aquisição de conteúdo e tecnologia, a conta final do portal fica praticamente no zero a zero.
Segundo a publicação, o resultado "reflete a dificuldade do YouTube de expandir seu público principal, formado por adolescentes e pré-adolescentes".
Além disso, há uma concentração de público: 9% dos usuários são responsáveis por 85% das visualizações de files, o que gera menos interesse dos anunciantes.
O Google pagou US$ 1,6 bilhão pelo YouTube em 2006, mas demorou alguns anos até começar a fazer dinheiro com ele. A geração de caixa só começou a acelerar em 2010, quando foram introduzidos os anúncios no começo dos vídeos, que podem ser "pulados" pelos usuários.
O site, comandado pela presidente Susan Wojcicki, quer tentar fazer com que as pessoas o acessem diretamente, e não por meio de vídeos "embedados" em outras páginas, o que faz com que elas vejam mais anúncios.
Também está investindo em conteúdo original, ajudando os produtores a melhorarem suas produções, à medida que rivais como o Facebook e o Twitter criam ferramentas para que os internautas postem vídeos diretamente em suas plataformas.
"O Facebook, em particular, está vindo forte e tem potencial para colocar pressão sobre o YouTube, que fica com cerca de 20% do gasto em publicidade em vídeos digitais nos Estados Unidos", diz um relatório da consultoria eMarketer.
Outro potencial gerador de dinheiro são os serviços pagos pelos usuários. Em novembro, a companhia anunciou o lançamento do YouTube Music Key, uma ferramenta de música por assinatura que permite reprodução ininterrupta (sem propaganda) e modo off-line (para canções baixadas previamente) --algo parecido com o Spotify.
A assinatura custa US$ 10 e por enquanto só está disponível nos Estados Unidos.