Depoimento
Não torço para time nenhum de futebol; sou atleticano
Tive o prazer de encontrar o grande Wilson Piazza no Rio horas antes da final da Copa do Brasil, na quarta.
Ele, que foi um monstro, que é uma figura sensacional, um grande zagueiro, campeão com a seleção, mas que sofreu como cruzeirense nas mãos do Atlético-MG, me dizia que o que é bom tem que ser copiado.
Piazza queria que a torcida do Cruzeiro repetisse o canto do Galo no Mineirão e dissesse "eu acredito", grito que marcou a campanha da conquista atleticana da Libertadores de 2013, repleta de viradas e jogos emocionantes.
Não falei, mas poderia ter respondido que dizer não basta. Tem que acreditar. E nisso somos campeões!
Como sou mineiro, não cantei vitória antes da hora, porém estava certo do que iria acontecer. Vi o jogo em casa, no Rio, e, sem provocação, achei que cabia mais.
A confiança do atleticano vem de algo que independe de vitórias. Eu não estou preocupado com o resultado.
Minha preocupação é ser isso que Roberto Drummond, meu vizinho e grande escritor, definiu como "um querer bem, uma ideologia".
Pai de cinco filhos, carrego um orgulho na vida. Mesmo estando fora de Minas Gerais --porque morar em Minas todos nós seguimos morando, já que isso é um estado de espírito--, todos eles pertencem a esse negócio especial no planeta.
Pergunte para qualquer um dos meus filhos e ouvirá o mesmo que repito desde sempre quando indagado sobre para que time torço.
Não torço para time nenhum de futebol; sou atleticano.