Em equilíbrio, Brasil enfrenta a Argentina
TÊNIS
Argentinos têm vantagem no histórico do confronto, mas brasileiros vivem melhor momento na Copa Davis
Trinta e cinco anos após o último duelo, Argentina e Brasil voltam a se enfrentar pela Copa Davis nesta sexta (6), no complexo multiúso Tecnópolis, em Buenos Aires.
A julgar pela ampla vantagem histórica, os anfitriões poderiam ser considerados favoritos --venceram cinco vezes e perderam duas.
Eles também têm quatro vice-campeonatos na competição, enquanto o Brasil foi a apenas duas semifinais no formato moderno do evento.
Mas tantos números de pouco valem para agora. As circunstâncias atuais equilibram o encontro, válido pela primeira rodada do Grupo Mundial, a elite do torneio.
A Argentina se ressente das ausências de Juan Martín del Potro, ex-número 4 do mundo e atualmente 614º, lesionado, e Juan Mónaco, preterido na convocação. Além disso, vem de um sofrido triunfo sobre Israel na repescagem de 2014 do Grupo Mundial.
Embora tenha jogadores com ranking pior, o Brasil vem de uma vitória sobre a Espanha, que tirou a pentacampeã do Grupo Mundial.
Tem também uma dupla mais forte, formada por Marcelo Melo (3º do ranking mundial) e Bruno Soares (12º). Ambos estão invictos há sete jogos na Davis.
"Não haverá favoritismo em nenhuma partida", disse o capitão brasileiro, João Zwetsch nesta quinta (5), depois do sorteio do confronto.
Definiu-se que, nesta sexta, João "Feijão" Souza (75º) enfrenta Carlos Berlocq (67º) a partir das 11h (de Brasília) e, na sequência, Thomaz Bellucci (87º) pega Leonardo Mayer (29º). Bellucci e Feijão já venceram os rivais antes.
"Para ganhar, é preciso que joguemos muito bem", afirmou o capitão argentino, Daniel Orsanic, que estreia no comando da equipe.
Nos bastidores, há um clima de "amor e ódio". Segundo os argentinos, o ambiente da quadra montada no Tecnópolis, com capacidade para 8 mil pessoas, não vai ser o mesmo da Libertadores.
"Somos amigos dos brasileiros. A rivalidade é maior quando o assunto é bola", disse Berlocq.
Minutos depois, seu compatriota Diego Schwartzman, que em princípio está escalado para a partida de duplas (com Federico Delbonis), desmentiu-o. "Começamos a cantar 'Decime qué se siente' ontem e esperamos continuar a cantar no final de semana."
A referência é à vitória, nos gramados, da Argentina sobre o Brasil por 1 a 0 na Copa de 1990. A música virou um hit argentino na Copa-2014.
São brincadeiras, "pero no mucho". Um episódio no último mês contribuiu para aumentar um pouco a tensão.
Mayer disparou contra os torcedores brasileiros após perder para Feijão no Aberto do Brasil, em São Paulo.
O confronto prossegue no sábado, às 13h, com a partida de duplas, e termina no domingo, com os últimos jogos de simples.