Os Satyros comemoram 25 anos com documentário
Programação no Itaú Cultural exibe filme inédito sobre o grupo teatral
Peças do repertório, incluindo uma infantil, também são apresentadas durante festejos em São Paulo
Um documentário inédito sobre Os Satyros com a última entrevista dada pelo dramaturgo e crítico Alberto Guzik (1944-2010) é uma das cerejas do bolo da festa de 25 anos da companhia teatral fundada em São Paulo.
O longa de Evaldo Mocarzel, que será exibido nesta sexta (31), às 20h, no Itaú Cultural, em São Paulo, ainda não está totalmente finalizado.
"É o corte final, mas ainda falta o acabamento fino'", diz à Folha o diretor do filme.
Essa obra "em processo" combina com a cara do grupo, conhecido, entre outras coisas, por montagens em locais deteriorados da cidade que eles ajudaram a revitalizar, como o teatro Bela Vista e a praça Roosevelt.
E o cinema é nova faceta da companhia. O filme "Hipóteses para o Amor e a Verdade", produção da Associação Amigos dos Satyros, foi o único longa de ficção brasileiro indicado ao prêmio da 38ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
"A fase atual dos Satyros é bem maluca. Como estamos começando no cinema, a sensação é de ser adolescente de novo", diz Rodolfo García Vázquez, diretor e fundador, com Ivam Cabral, do grupo.
A comemoração começou na quarta (29), com a apresentação da última montagem do Satyros, "Pessoas Perfeitas", que também tem uma história com o cinema. A obra começou como um roteiro de filme e virou peça. "Agora, vamos voltar ao projeto original e filmar", diz Vásquez.
IDENTIDADE PAULISTANA
"Pessoas Perfeitas" foi escrita por Vázquez e Ivam Cabral a partir de entrevistas com os moradores do centro de São Paulo.
"A arte dos Satyros lança uma luz humanista sobre áreas deterioradas da cidade. É uma forma de o artista atuar politicamente", diz Mocarzel.
O tema é caro ao grupo, segundo Vázquez: "Cariocas ou mineiros adoram falar de si, o paulistano não. Como se constrói identidade nessa história de anonimatos?".
Outras duas peças do grupo serão apresentadas no fim de semana: "Adormecidos", neste sábado (1º), às 20h, e no domingo (2), às 16h, "Mitos Indígenas", uma infantil.
"Muita gente não sabe que a gente também faz teatro para criança e adolescente", diz Vázquez.