Fundador de novo gênero é tema da Coleção Folha
Livro-CD apresenta obra de Hector Berlioz
A Coleção Folha Mestres da Música Clássica leva às bancas no próximo domingo (30) a obra de Hector Berlioz (1803-1869), primeiro grande compositor a enfrentar o desafio de compor uma sinfonia depois das nove obras-primas de Beethoven.
E o francês não se saiu nada mal na tarefa: acabou por inaugurar um novo gênero.
"É a música programática, que narra só com instrumentos, sem voz ou canto, um enredo literário com personagens e cenas dramáticas", diz Manuel da Costa Pinto, autor do livro da coleção.
O exemplo maior do estilo é a "Sinfonia Fantástica" (1830). "Foi uma obra revolucionária", afirma Costa Pinto sobre a peça, que tem trechos incluídos no disco, interpretado pela Orquestra de Cleveland, uma das mais importantes dos Estados Unidos, regida por Pierre Boulez.
À diferença de quase todos os grandes compositores, o francês não era um intérprete virtuoso. Sua relação com a música foi sempre marcada pela ambição criadora. "A orquestra era o instrumento de Berlioz, capaz de utilizar todos os seus recursos numa escala monumental."
O jornalista destaca também as progressões de harmonias em um fluxo ininterrupto, uma de suas marcas. "Com Berlioz, a massa sonora passa a ter função narrativa."