Regente estreia no Theatro São Pedro com 'As Bodas de Fígaro'
Montagem de ópera de Mozart terá seis récitas a partir de quarta
Uma das óperas mais famosas de Mozart, "As Bodas de Fígaro" ganha nova montagem no Theatro São Pedro, com seis récitas a partir de quarta (26). Será a primeira regida por Luiz Fernando Malheiro após assumir a direção artística da casa, em julho.
Cômica, mas também com crítica social e um personagem travesti, "As Bodas de Fígaro" (1786) é resultado da bem-sucedida parceria entre Mozart (1756-1791) e o libretista Lorenzo da Ponte (1749-1838), que também rendeu "Don Giovanni" (1787) e "Così Fan Tutte" (1789).
Nelas, a sintonia excepcional entre letra e música dá à trama riqueza psicológica. "Em Bodas', não há uma frase que não tenha dois ou três sentidos embutidos", diz Malheiro, que considera esta "a mais direta, mais divertida e mais completa" das três.
"Bodas" mostra a nobreza em decadência e o povo ganhando voz. A trama se passa no castelo do Conde Almaviva, que quer exercer o direito abolido de passar a noite de núpcias com a criada Susanna antes de seu noivo, Fígaro.
Mas Fígaro, Susanna, a condessa Almaviva, e o pajem Cherubino, o personagem travesti, armam um plano para impedi-lo.
A montagem terá oito ambientes --o dobro do previsto no original, todos criados a partir de paredes removíveis e painéis que compõem os fundos. "É para dar dinâmica e clareza, mas também para intensificar a sensação de que em todos os espaços há coisas sendo tramadas", diz a diretora cênica Livia Sabag.
No elenco principal, Rosana Lamosa será a condessa; Carla Cottini, Susanna, e Rodrigo Esteves, Fígaro. Algumas récitas têm ingressos esgotados; em outras, há bilhetes residuais.