Fãs fiéis lotaram velório da artista em São Paulo
Por 32 anos, um mesmo compromisso esteve na agenda semanal: assistir à gravação do programa "Viola, Minha Viola", da TV Cultura, em São Paulo.
"Com lugar marcado, bem na frente", conta orgulhosa a fã Belinha Uliana, 86, que foi ao velório de Inezita Barroso nesta segunda (9), ao lado da turma de amigas que construiu em décadas de admiração pela apresentadora.
"Ela era um amor. Sempre brincava que era para a gente voltar direitinho para casa depois da gravação", lembra e ri. Centenas de fãs como Belinha passaram pela Assembleia Legislativa do Estado, durante a manhã e a tarde, para se despedirem da artista.
A cantora morreu no domingo (8), de insuficiência respiratória aguda, aos 90 anos. Ela estava internada no hospital Sírio-Libanês desde o dia 19 de fevereiro.
O corpo de Inezita, velado coberto por rosas vermelhas e por uma bandeira misturando os símbolos do Estado de São Paulo e do Corinthians, seu time do coração, foi sepultado no fim da tarde no cemitério Gethsêmani. A despedida, tanto no velório quanto no enterro, foi feita ao som de berrantes.
"O maior legado é essa legião de fãs", disse Marta Barroso, assistente social, filha única de Inezita, olhando para o salão cheio do velório. "Isso vem do coração, é de graça, é amor. E ela sabia disso."
Dezenas de artistas também manifestaram seu pesar pela morte de Inezita. Amigo há 50 anos, o humorista Ary Toledo foi um dos que foram ao funeral. "Era uma guerreira. Defendeu com unhas e dentes a verdadeira música de raiz."
O apresentador Silvio Santos, do SBT, enviou uma coroa de flores e, em nota do canal, classificou a perda de "imensurável".