Argentina pediu apoio a venezuelano contra Brasil
Quando esteve em La Paz e em Potosí, na atual Bolívia, em 1825, Bolívar sentiu-se tentado a expandir sua revolução libertadora ao sul do continente. E, por pouco, quase invade o Brasil.
O convite foi dos argentinos (das então chamadas Províncias Unidas do Rio da Prata), que queriam seu apoio para lutar contra o Império do Brasil na chamada Guerra da Cisplatina (1825-1828), em que ambos os países disputaram o território que hoje corresponde ao Uruguai.
"O demônio da glória deve nos levar até a Terra do Fogo! E, na verdade, o que arriscamos?", escreveu Bolívar.
Porém, ao consultar seu braço-forte em Bogotá, Francisco Santander, que chefiava então a Gran Colombia, Bolívar se convenceu de que a empreitada poderia resultar em fracasso.
Além da grave crise econômica que se instalara após as lutas de independência, surgiram diversos conflitos políticos na cúpula revolucionária.
Santander pedia a presença de Bolívar em Bogotá em caráter de urgência e alertava para o fato de que aquele não era o momento oportuno para arrumar uma briga com um outro império.
"Bolívar custava a resignar-se às limitações concretas de seu projeto utópico. Além de tudo, era vaidoso, e a possibilidade de outra guerra e outro triunfo sempre o seduziram", resume a biógrafa Marie Arana.