Apê miniatura
Compactos esfriam com o mercado, mas não encerram ciclo; veja a quem eles servem e os cuidados ao comprar um
Desafiando o status de "modinha", apartamentos pequenos sustentaram o mercado de imóveis em São Paulo nos últimos dois anos e não devem esgotar o ciclo tão cedo.
A tipologia representou 31,5% dos lançamentos na cidade de São Paulo de janeiro a outubro deste ano e 28% no fechamento de 2013, segundo dados do Secovi-SP (sindicado do mercado imobiliário). Em 2010, eram 11%.
Ainda que o ímpeto do investidor, seu alvo principal, tenha diminuído, o setor vê demanda por compactos entre o consumidor final e descarta que seja apenas uma nova onda.
"São Paulo ainda tem pouco desse produto ante outras metrópoles, ao mesmo tempo em que se aproxima da configuração familiar menor dessas cidades", diz João Mendes, diretor comercial da Setin Incorporadora, dona da menor unidade na cidade, com 18 m².
Divorciada e com um filho que mora fora do país, a designer gráfica Joara Mello, 50, trocou uma unidade de 120 m² na Vila Nova Conceição (zona sul) por duas de 43 m² no mesmo bairro. Uma será para uso próprio e a outra, para investir. "Escolhi imóveis menores por causa da liquidez na venda e na locação, pela praticidade e pelo custo menor com manutenção e condomínio."
Para Bruno Vivanco, vice-presidente comercial da imobiliária Abyara, a miniaturização dos apartamentos em São Paulo é um caminho sem volta, mas o ritmo da oferta dependerá da "volta do crescimento econômico".
Na opinião de Alexandre Lafer, dono da construtora Vitacon, trata-se de um segmento que atende a um estilo de vida. "É para quem privilegia viver com menos."