Oferta quente em 2015
Estoque recorde em SP cria oportunidades para comprar imóvel, mas é preciso pesquisa e cautela
Em busca de um apartamento de dois quartos na zona sul de São Paulo desde o ano passado, o gerente de engenharia Walmor Brambilla, 34, passou a ser disputado pelo mercado. "Com mais ofertas, os corretores e as incorporadoras, que já tinham meus contatos, passaram a me ligar, com descontos."
Segundo dados do Secovi-SP (sindicato do setor imobiliário) apresentados na última semana, a cidade fechou 2014 com 27.255 imóveis em estoque --aqueles que não foram vendidos até três anos após o lançamento--, o maior número nos últimos dez anos.
O que é motivo de preocupação para as incorporadoras --que querem vender as unidades represadas logo-- é oportunidade para quem busca sua casa. Mas é preciso garimpar descontos e escolher um imóvel que de fato atenda às necessidades.
"Se quem está interessado no imóvel tiver recursos e puder negociar, compensa comprar agora. Quem depende de financiamento deve considerar que as condições de crédito pioraram", pondera Miguel Ribeiro, vice-presidente da Anefac (associação de executivos de finanças).
Em relação aos preços, a tendência é de reajuste próximo ao da inflação, com valorização maior para os bairros mais disputados.
No quadro geral, o comprador ganha poder de barganha e margem para dar a palavra final nas negociações, sem atropelo.